Bajrang Punia, medalhista olímpico, é suspenso por quatro anos após recusa de antidoping
Lutador indiano afirma que não se negou ao teste, mas questionou validade do kit de coleta usado
O lutador indiano Bajrang Punia, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, foi suspenso por quatro anos pela Agência Antidoping da Índia (NADA) após se recusar a realizar um teste antidoping. O anúncio da punição ocorreu na última terça-feira, 26 de novembro, e gerou repercussão devido à sua posição como um dos principais líderes em protestos contra o ex-chefe da Federação Nacional de Luta, acusado de assédio sexual.
Punia, de 30 anos, havia sido suspenso provisoriamente em maio deste ano, quando não forneceu uma amostra de urina durante uma seleção para testes antidoping. Embora tenha inicialmente recorrido da decisão e conseguido a anulação da suspensão, a NADA reafirmou a punição nesta semana.
O atleta defende que não se negou a realizar o teste, mas que teve dúvidas sobre a validade do kit de coleta fornecido, alegando que ele poderia estar vencido. Essa justificativa gerou controvérsia, especialmente em um contexto onde a credibilidade dos testes antidoping é crucial.
Além de seu papel como lutador, Punia se destacou em 2023 ao participar de manifestações em Nova Délhi, onde se uniu a outras atletas que acusaram Brij Bhushan Singh, o então chefe da federação e deputado do Partido do Povo Indiano (BJP), de assédio sexual. Singh, por sua vez, nega as acusações e afirma que não cometeu qualquer ato de impropriedade.
Recentemente, Punia também se filiou ao Partido do Congresso, uma agremiação política de oposição, o que pode influenciar sua imagem pública e carreira esportiva. O cenário da luta na Índia tem sido marcado por tensões, especialmente considerando que o país registrou o maior número de casos de doping no mundo em 2022.
A Índia, de acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA), é o único país a reportar mais de 100 casos positivos de doping, superando nações com um número significativamente maior de atletas, como China e Estados Unidos. Essa estatística levanta questões sobre a eficácia das políticas antidoping e o ambiente competitivo no país.
A suspensão de Punia, portanto, não só afeta sua carreira, mas também traz à tona discussões sobre a integridade do esporte na Índia e as complexas interações entre política e atletismo.
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