Corinthians adia votação do impeachment de Augusto Melo por questões de segurança
Reunião do Conselho Deliberativo foi remarcada para a próxima segunda-feira
A votação do impeachment do presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi adiada pelo Conselho Deliberativo do clube. A decisão, tomada pelo presidente Romeu Tuma Júnior, ocorreu em função de preocupações com a segurança no Parque São Jorge, onde o encontro estava programado para acontecer nesta quinta-feira, 28.
A nova data para a reunião foi marcada para a próxima segunda-feira, dia 2 de dezembro. A mudança foi influenciada por uma reunião entre o presidente do Conselho e representantes da Polícia Militar, que alertaram sobre a impossibilidade de garantir a segurança do evento, especialmente considerando que o clube estaria em funcionamento normal e haveria um jogo de basquete aberto ao público.
O clima tenso gerado por torcedores organizados contrários ao impeachment também contribuiu para o adiamento. O processo de impeachment de Melo se baseia em alegações de irregularidades em comissões pagas durante a assinatura do contrato de patrocínio com a VaideBet, que atualmente está sob investigação pela Polícia Civil. A empresa rescindiu o contrato unilateralmente após alegações de danos à sua imagem.
As acusações incluem um pagamento de R$ 25,2 milhões à Rede Social Media Design, de propriedade de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que esteve envolvido na campanha de Melo. A empresa, por sua vez, teria repassado parte desse valor para a Neoway Soluções Integradas em Serviço, registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, uma moradora de Peruíbe que não tinha conhecimento da existência da empresa.
O Corinthians, em nota, defendeu que todas as negociações, incluindo os patrocínios, foram realizadas legalmente com empresas devidamente registradas, afirmando que não se responsabiliza por eventuais repasses a terceiros.
Na semana passada, ao ser informado sobre a votação do impeachment, Augusto Melo expressou indignação, afirmando que não aceitaria a cassação de seu mandato sem ter seu direito de defesa garantido. Ele acredita que a verdade prevalecerá e que aqueles que desejam impedir a profissionalização do clube acabarão derrotados.
Para que o processo de impeachment siga adiante, é necessária uma maioria simples no Conselho. Se o impeachment for aprovado, Melo será imediatamente afastado, e a convocação para uma votação definitiva entre os sócios ocorrerá dentro de um prazo de cinco dias após a decisão do Conselho.
A convocação da assembleia geral dos associados deve ser publicada em jornais de grande circulação, com um aviso prévio de 30 a 60 dias.
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