Gleisi Hoffmann tenta transferir culpa da alta do dólar ao Banco Central
Presidente do PT critica a autoridade monetária e ignora responsabilidade do governo na alta da moeda americana
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, voltou a criticar o Banco Central (BC) em meio à recente alta do dólar, que ultrapassou a marca histórica de R$ 6. Em suas declarações, Gleisi responsabilizou a instituição pela desvalorização do real, ignorando as implicações das políticas econômicas do governo federal.
O aumento da moeda americana, que atingiu o maior patamar da história, é atribuído ao estresse do mercado em resposta ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo. Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha anunciado cortes significativos nas despesas públicas, as ações não conseguiram acalmar os investidores, resultando em uma forte pressão sobre a taxa de câmbio.
Gleisi afirmou em suas redes sociais que o BC, sob a liderança de Roberto Campos Neto, não tomou as medidas necessárias para conter a especulação que levou o dólar a esse patamar alarmante. Ela declarou: “O BC de Campos Neto não fez nada para conter a especulação desencadeada desde ontem que já levou o dólar a R$ 6”, ressaltando que a Fazenda esclareceu que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) não prejudicaria a arrecadação.
Além disso, a presidente do PT criticou a falta de intervenção do Banco Central, afirmando que era obrigação da instituição agir contra a especulação desde o início do movimento. Gleisi disse: “É um crime contra o país”, sugerindo que a omissão do BC em usar instrumentos adequados, como leilões de swap e exigências de depósitos à vista, contribuiu para a crise atual.
As medidas de ajuste fiscal apresentadas por Haddad incluem uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, com a ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil, o que, segundo a petista, não foi suficiente para restaurar a confiança do mercado. “O que acontece? Mandam o dólar pra lua! É impressionante a especulação contra o Brasil”, enfatizou Gleisi, tentando desviar a atenção das responsabilidades do governo.
Em um cenário onde a moeda americana alcançou um valor recorde, é evidente que a crítica de Gleisi ao Banco Central pode ser vista como uma tentativa de transferir a culpa pela situação econômica para fora do governo. O desafio agora é como o governo lidará com a crescente insatisfação do mercado e as expectativas em relação a suas políticas econômicas.
Com o término do mandato de Campos Neto se aproximando, o futuro do Banco Central e suas diretrizes se tornam ainda mais incertos. A expectativa é que seu sucessor, Gabriel Galípolo, promova uma abordagem diferente diante dos desafios econômicos que o Brasil enfrenta.
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