Presidente do PT critica a autoridade monetária e ignora responsabilidade do governo na alta da moeda americana
29 de Novembro de 2024 às 08h28

Gleisi Hoffmann tenta transferir culpa da alta do dólar ao Banco Central

Presidente do PT critica a autoridade monetária e ignora responsabilidade do governo na alta da moeda americana

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, voltou a criticar o Banco Central (BC) em meio à recente alta do dólar, que ultrapassou a marca histórica de R$ 6. Em suas declarações, Gleisi responsabilizou a instituição pela desvalorização do real, ignorando as implicações das políticas econômicas do governo federal.

O aumento da moeda americana, que atingiu o maior patamar da história, é atribuído ao estresse do mercado em resposta ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo. Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha anunciado cortes significativos nas despesas públicas, as ações não conseguiram acalmar os investidores, resultando em uma forte pressão sobre a taxa de câmbio.

Gleisi afirmou em suas redes sociais que o BC, sob a liderança de Roberto Campos Neto, não tomou as medidas necessárias para conter a especulação que levou o dólar a esse patamar alarmante. Ela declarou: “O BC de Campos Neto não fez nada para conter a especulação desencadeada desde ontem que já levou o dólar a R$ 6”, ressaltando que a Fazenda esclareceu que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) não prejudicaria a arrecadação.

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Além disso, a presidente do PT criticou a falta de intervenção do Banco Central, afirmando que era obrigação da instituição agir contra a especulação desde o início do movimento. Gleisi disse: “É um crime contra o país”, sugerindo que a omissão do BC em usar instrumentos adequados, como leilões de swap e exigências de depósitos à vista, contribuiu para a crise atual.

As medidas de ajuste fiscal apresentadas por Haddad incluem uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, com a ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil, o que, segundo a petista, não foi suficiente para restaurar a confiança do mercado. “O que acontece? Mandam o dólar pra lua! É impressionante a especulação contra o Brasil”, enfatizou Gleisi, tentando desviar a atenção das responsabilidades do governo.

Em um cenário onde a moeda americana alcançou um valor recorde, é evidente que a crítica de Gleisi ao Banco Central pode ser vista como uma tentativa de transferir a culpa pela situação econômica para fora do governo. O desafio agora é como o governo lidará com a crescente insatisfação do mercado e as expectativas em relação a suas políticas econômicas.

Com o término do mandato de Campos Neto se aproximando, o futuro do Banco Central e suas diretrizes se tornam ainda mais incertos. A expectativa é que seu sucessor, Gabriel Galípolo, promova uma abordagem diferente diante dos desafios econômicos que o Brasil enfrenta.

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