Departamento de Justiça dos EUA pede que Google venda o navegador Chrome para conter monopólio
A ação visa restaurar a concorrência, separando o mecanismo de busca do Google de seus produtos, como Chrome e Android.
Na quarta-feira, 20, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos formalizou um pedido para que a Alphabet, empresa controladora do Google, venda seu navegador Chrome. Essa medida é parte de uma ação judicial que busca corrigir a suposta monopolização do mercado de busca online pela gigante da tecnologia.
A solicitação segue uma vitória recente do governo em um caso antitruste contra o Google e pode desencadear uma intensa batalha legal com repercussões significativas para o modelo de negócios da empresa. Os advogados do governo argumentam que a concorrência no setor só pode ser restaurada se o Google separar seu mecanismo de busca dos produtos que facilitam o acesso à internet, incluindo o Chrome e o sistema operacional Android.
Atualmente, o Chrome detém cerca de dois terços do mercado global de navegadores. Os dados do site Statcounter revelam que as pesquisas feitas na barra de endereços do navegador são direcionadas ao Google, a menos que o usuário altere suas configurações.
Além da venda do Chrome, o Departamento de Justiça também solicitou que o Google não tenha mais a prerrogativa de oferecer acesso preferencial ao seu mecanismo de busca em dispositivos que operam com Android. Caso a empresa violasse essa regra no futuro, teria que considerar a alienação do sistema operacional Android.
Outra proposta do governo impede que o Google pague para ser o mecanismo de busca padrão em qualquer navegador, incluindo o Chrome, sob nova propriedade. No momento, a empresa desembolsa dezenas de bilhões de dólares anualmente para manter essa posição no navegador Safari, da Apple.
A proposta do Departamento de Justiça também se estende ao campo da inteligência artificial, que está começando a transformar a busca tradicional. O governo deseja que o Google permita que editores de sites optem por não ter seus dados utilizados para treinar modelos de IA. Como alternativa, a empresa poderia compensar esses editores financeiramente pelo uso de seus dados.
Essa ação pode representar um marco significativo nas regulamentações sobre tecnologia e concorrência, uma vez que o governo busca medidas mais rigorosas para garantir um ambiente de mercado justo e competitivo.
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