Ação surge após CEO da rede francesa afirmar que não comprará mais carnes do Brasil; entidades pedem apoio ao movimento.
23 de Novembro de 2024 às 17h21

Bares e restaurantes de São Paulo organizam boicote ao Carrefour após declaração polêmica

Ação surge após CEO da rede francesa afirmar que não comprará mais carnes do Brasil; entidades pedem apoio ao movimento.

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) anunciou na última sexta-feira (22) a convocação de um boicote ao Carrefour, em resposta à declaração de seu CEO, Alexandre Bompard, que afirmou que a empresa não comprará mais carne de países do Mercosul, incluindo o Brasil.

Em comunicado oficial, a Fhoresp criticou a postura do Carrefour, classificando-a como “carregada de ideologismo” e associada a protestos de agricultores franceses contrários ao acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. A federação, que representa mais de 500 mil empresas no estado, pediu a adesão de outros estabelecimentos em um movimento que visa pressionar a varejista a rever sua decisão.

“Enquanto o Carrefour insistir em desqualificar nossa carne, questionando uma qualidade comprovada globalmente, deixaremos de comprar de sua rede. Solicitamos o engajamento e a adesão das empresas de hotelaria e de alimentação neste movimento até que a varejista volte atrás deste posicionamento errôneo e desrespeitoso”, declarou Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.

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A declaração de Bompard, que alegou que os produtos sul-americanos não atendem às exigências francesas, também foi alvo de críticas da entidade. A Fhoresp argumentou que tal juízo é “estritamente protecionista e desrespeitoso”, além de ser “prejudicial a toda a cadeia produtiva nacional”.

“O Carrefour, que se beneficia do mercado brasileiro, operando como a maior rede varejista do país, com mais de 500 lojas, deveria demonstrar mais respeito aos produtos que enriquecem seus acionistas. É inaceitável que uma empresa que prospera em solo brasileiro adote práticas que desconsideram a qualidade e o trabalho árduo dos nossos produtores”, complementou Pinto.

Importante destacar que a decisão de Bompard limita-se à rede de mercados na França. Outras unidades da marca fora do país continuarão a vender carne sul-americana.

O boicote representa um sinal claro de que o acordo Mercosul-União Europeia enfrenta resistência. A negociação é amplamente criticada por agricultores europeus, que temem a concorrência de produtos sul-americanos, considerados mais competitivos.

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