A nova produção estrelada por Paul Mescal e Denzel Washington é alvo de críticas por falhas históricas; saiba mais
25 de Novembro de 2024 às 12h53

Gladiador 2: Especialistas apontam imprecisões históricas na nova sequência de Ridley Scott

A nova produção estrelada por Paul Mescal e Denzel Washington é alvo de críticas por falhas históricas; saiba mais

A sequência do filme Gladiador 2, que estreou em 22 de novembro e conta com as atuações de Paul Mescal e Denzel Washington, tem gerado controvérsias entre historiadores devido a várias imprecisões históricas. Especialistas em história romana foram consultados para distinguir fatos da ficção e esclarecer os erros presentes na narrativa.

Alexander Mariotti, consultor histórico da produção, revelou que seu papel era aconselhar o diretor Ridley Scott sobre o que poderia ser considerado historicamente preciso. Entretanto, ele reconhece que o foco maior do filme é o entretenimento e não a fidelidade aos registros históricos. "Desde o início, deixei claro que não estávamos aqui para fazer um documentário, mas sim um filme", afirmou Mariotti.

As críticas começaram a surgir logo após o lançamento do primeiro trailer de Gladiador 2, quando historiadores identificaram erros como a arquitetura incorreta, a inexistência de jornais na Roma antiga e a inverossimilhança de romanos se reunindo em cafés. Essas falhas têm levantado questões sobre a responsabilidade dos cineastas em representar a história de maneira precisa.

A trama de Gladiador 2 segue Lúcio, filho de Lucilla e Máximus, que, após ser forçado a deixar Roma na infância, retorna para encontrar sua cidade natal devastada e sua esposa morta. Ele é capturado e se torna gladiador sob a tutela de Macrinus, que planeja derrubar os jovens imperadores Caracalla e Geta para assumir o controle de Roma.

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Mariotti destacou que, se o filme fosse estritamente preciso, a palavra 'Coliseu' não seria utilizada, já que o anfiteatro era originalmente chamado de Anfiteatro Flaviano. Este nome só se popularizou séculos após sua construção, em torno do ano 1000 d.C.

O impacto cultural de Gladiador é inegável, e Mariotti observa que o filme original teve um papel significativo no aumento do turismo em Roma. "O mundo acadêmico é muitas vezes cético em relação ao cinema, mas o que muitos não percebem é o quanto filmes como este influenciam a percepção pública sobre a história", comentou.

Embora Gladiador 2 apresente diversas imprecisões, algumas cenas são baseadas em fatos históricos. Por exemplo, a inclusão de animais exóticos em lutas no Coliseu é uma referência a práticas reais, embora a representação de confrontos com rinocerontes e babuínos seja contestada por especialistas.

A maior sequência de ação do filme, que mostra uma encenação de batalha naval, é considerada a maior deturpação histórica. Historicamente, tais batalhas, conhecidas como naumaquias, eram realizadas com navios de fundo raso e pouca água, e a última naumaquia no Coliseu teria ocorrido em 89 d.C., mais de um século antes dos eventos retratados no filme.

Mariotti conclui que, apesar das imprecisões, o uso da história para contar histórias é uma prática comum entre artistas. "O que Ridley faz não é diferente de Shakespeare ou Michelangelo. Ele utiliza a história para criar narrativas que nos conectam com nosso passado", finalizou.

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