Carrefour Brasil enfrenta polêmica após suspensão de fornecimento de carne pelo Mercosul
Rede varejista reconhece impacto sobre clientes e tenta restabelecer relações com fornecedores após boicote
O Carrefour Brasil está enfrentando uma situação desafiadora após a decisão do CEO da empresa na França, Alexandre Bompard, de não comercializar carne proveniente do Mercosul. A medida, anunciada na semana passada, gerou uma onda de reações entre os fornecedores locais, que suspenderam o fornecimento de carne à rede no Brasil.
Em comunicado oficial, o Carrefour Brasil afirmou que a suspensão do fornecimento de carne impacta seus clientes, especialmente aqueles que confiam na rede para obter produtos de qualidade e responsabilidade. A empresa ressaltou que, apesar da situação, não há desabastecimento nas lojas até o momento.
“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes. Estamos em busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”, declarou a empresa.
A polêmica começou quando Bompard enviou uma carta ao sindicato agrícola francês FNSEA, afirmando que não comercializaria carne do Mercosul. Essa decisão foi motivada por preocupações levantadas por agricultores franceses sobre o impacto de um possível acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou apoio à decisão dos frigoríficos brasileiros de suspender o fornecimento à rede, classificando a postura de Bompard como “absurda”. Ele enfatizou que a relação entre o Carrefour e o setor agropecuário brasileiro sempre foi sólida e de parceria.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também se manifestou, afirmando que o Congresso deve discutir medidas de “reciprocidades econômicas” contra a França. Lira criticou o protecionismo europeu e pediu uma retratação do CEO do Carrefour.
Enquanto isso, as ações do Carrefour Brasil apresentaram uma leve alta no mercado, subindo 1,8%, enquanto os concorrentes GPA e Assaí tiveram valorização de 2,6% e 4,2%, respectivamente. O Ibovespa, por outro lado, teve uma leve oscilação negativa de 0,06%.
O Carrefour, que é o segundo maior grupo varejista da França, está agora sob pressão para restabelecer suas relações com os fornecedores brasileiros e garantir que suas prateleiras continuem abastecidas, em meio a um cenário de tensões comerciais e reações adversas de produtores locais.
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