Rede varejista reconhece impacto sobre clientes e tenta restabelecer relações com fornecedores após boicote
25 de Novembro de 2024 às 16h26

Carrefour Brasil enfrenta polêmica após suspensão de fornecimento de carne pelo Mercosul

Rede varejista reconhece impacto sobre clientes e tenta restabelecer relações com fornecedores após boicote

O Carrefour Brasil está enfrentando uma situação desafiadora após a decisão do CEO da empresa na França, Alexandre Bompard, de não comercializar carne proveniente do Mercosul. A medida, anunciada na semana passada, gerou uma onda de reações entre os fornecedores locais, que suspenderam o fornecimento de carne à rede no Brasil.

Em comunicado oficial, o Carrefour Brasil afirmou que a suspensão do fornecimento de carne impacta seus clientes, especialmente aqueles que confiam na rede para obter produtos de qualidade e responsabilidade. A empresa ressaltou que, apesar da situação, não há desabastecimento nas lojas até o momento.

“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes. Estamos em busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”, declarou a empresa.

A polêmica começou quando Bompard enviou uma carta ao sindicato agrícola francês FNSEA, afirmando que não comercializaria carne do Mercosul. Essa decisão foi motivada por preocupações levantadas por agricultores franceses sobre o impacto de um possível acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou apoio à decisão dos frigoríficos brasileiros de suspender o fornecimento à rede, classificando a postura de Bompard como “absurda”. Ele enfatizou que a relação entre o Carrefour e o setor agropecuário brasileiro sempre foi sólida e de parceria.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também se manifestou, afirmando que o Congresso deve discutir medidas de “reciprocidades econômicas” contra a França. Lira criticou o protecionismo europeu e pediu uma retratação do CEO do Carrefour.

Enquanto isso, as ações do Carrefour Brasil apresentaram uma leve alta no mercado, subindo 1,8%, enquanto os concorrentes GPA e Assaí tiveram valorização de 2,6% e 4,2%, respectivamente. O Ibovespa, por outro lado, teve uma leve oscilação negativa de 0,06%.

O Carrefour, que é o segundo maior grupo varejista da França, está agora sob pressão para restabelecer suas relações com os fornecedores brasileiros e garantir que suas prateleiras continuem abastecidas, em meio a um cenário de tensões comerciais e reações adversas de produtores locais.

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