Vídeo de adolescente oferecendo cigarro eletrônico a bebê gera revolta e investigações
Polícia Civil investiga caso de bebê fumando cigarro eletrônico em Anápolis; prática é ilegal no Brasil.
A Polícia Civil de Anápolis, em Goiás, iniciou uma investigação após a divulgação de um vídeo em que um bebê aparece fumando um cigarro eletrônico. O registro chamou a atenção e gerou indignação nas redes sociais, levando autoridades a agir rapidamente.
No vídeo, que foi publicado no Instagram e posteriormente compartilhado em grupos de mensagens, uma jovem oferece o dispositivo ao menino, que, ao colocá-lo na boca, exala fumaça. O momento é seguido por tosses do bebê, enquanto a jovem ri, mostrando uma situação alarmante e irresponsável.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a venda de produtos que possam causar dependência física ou psíquica a crianças e adolescentes é expressamente proibida, incluindo os cigarros eletrônicos. Essa proibição está em vigor no Brasil desde 2009, mas casos como este revelam a persistência de práticas ilegais e perigosas.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Anápolis confirmou a abertura de um inquérito para apurar os fatos. A primeira ação da polícia foi solicitar informações à empresa Meta, responsável pelo Instagram, para identificar a usuária que publicou o vídeo, uma vez que o perfil foi desativado.
Investigadores levantaram a hipótese de que a jovem que aparece no vídeo possa ser menor de idade. Caso isso se confirme, a polícia buscará esclarecer como ela teve acesso ao cigarro eletrônico, além de investigar a relação dela com o bebê, uma vez que no vídeo há uma legenda que diz “Ai, titia”.
É importante ressaltar que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos no país. Recentemente, essa proibição foi reafirmada após uma avaliação dos riscos à saúde pública que esses produtos representam.
Um estudo da Fundação do Câncer revelou que a região Centro-Oeste apresenta o maior índice de adolescentes que já experimentaram cigarros eletrônicos. Entre jovens de 13 a 17 anos, 27,4% dos meninos e 20,2% das meninas já relataram ter utilizado esses dispositivos.
Além disso, a coordenadora estadual de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Saúde de Goiás, Selma Alves Tavares Oliveira, destacou que o uso rotineiro de cigarros eletrônicos pode levar à dependência de nicotina e causar sérios danos à saúde, incluindo queimaduras e condições potencialmente fatais.
Esse episódio levanta questões importantes sobre a proteção da infância e a responsabilidade de adultos em relação ao uso de produtos nocivos, além de evidenciar a necessidade de uma vigilância mais rigorosa sobre a comercialização de produtos que possam prejudicar a saúde das crianças.
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