Jadson Vitor de Sousa Pires, de 30 anos, foi imobilizado por seguranças. Um agente foi preso pela Polícia Civil.
05 de Dezembro de 2024 às 03h58

Morte de homem agredido em estação de trem é investigada; laudo aponta asfixia

Jadson Vitor de Sousa Pires, de 30 anos, foi imobilizado por seguranças. Um agente foi preso pela Polícia Civil.

A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de Jadson Vitor de Sousa Pires, de 30 anos, que foi agredido por seguranças da concessionária ViaMobilidade na estação de trem da Linha 8-Diamante, localizada em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O incidente ocorreu no dia 11 de novembro, mas somente agora ganhou notoriedade após o laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicar que a causa da morte foi asfixia.

Jadson foi imobilizado com violência e arrastado pelas pernas após tentar pular a catraca da estação. Testemunhas relataram que, durante a abordagem, ele desmaiou e os seguranças tentaram reanimá-lo. Inicialmente, o caso foi registrado como morte súbita acidental, mas a nova evidência levou a polícia a investigar a possibilidade de homicídio.

Imagens do circuito interno da estação mostram o momento em que Jadson, aparentemente desorientado, tenta passar pela catraca. Os seguranças o agarram, um deles aplica uma rasteira e, em seguida, outro homem desferiu um chute na vítima. Após as agressões, Jadson foi arrastado e um dos seguranças pressionou seu peito com o joelho, enquanto outros tentavam reanimá-lo com massagem cardíaca.

Passageiros que presenciaram a cena chegaram a gritar para que os seguranças parassem, afirmando que o homem não representava perigo. De acordo com relatos, Jadson chegou a clamar, dizendo que tinha uma filha de três anos e não queria morrer.

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu Jadson, que foi levado a uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Sua esposa, Renata Santos de Sousa, declarou que ele havia saído de casa naquele dia para providenciar o saque do Fundo de Garantia e do seguro-desemprego, após ter sido demitido recentemente.

O corpo de Jadson foi sepultado no dia 13 de novembro, no Cemitério Municipal de Barueri, onde amigos e familiares clamaram por justiça. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial de Carapicuíba, e quatro agentes foram identificados. Um deles, de 37 anos, foi preso temporariamente, enquanto os outros três prestaram depoimento e continuam sob investigação.

A SSP também confirmou que o laudo do IML constatou a morte por asfixia mecânica, e que o documento foi anexado ao inquérito. A polícia afirmou que a natureza inicial da ocorrência poderá ser alterada conforme novas evidências forem descobertas.

Em nota, a ViaMobilidade lamentou a morte de Jadson e expressou condolências à família. A concessionária anunciou que afastou os agentes envolvidos e abriu uma sindicância para apurar os fatos. Além disso, informou que um processo de reciclagem será implementado para todos os seus agentes, visando a capacitação no atendimento a pessoas em situações de vulnerabilidade.

Por fim, a prefeitura de Carapicuíba declarou que o guarda civil mencionado pela ViaMobilidade já foi identificado e que não possui vínculo com a administração municipal.

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