Morte de homem agredido em estação de trem é investigada; laudo aponta asfixia
Jadson Vitor de Sousa Pires, de 30 anos, foi imobilizado por seguranças. Um agente foi preso pela Polícia Civil.
A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de Jadson Vitor de Sousa Pires, de 30 anos, que foi agredido por seguranças da concessionária ViaMobilidade na estação de trem da Linha 8-Diamante, localizada em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O incidente ocorreu no dia 11 de novembro, mas somente agora ganhou notoriedade após o laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicar que a causa da morte foi asfixia.
Jadson foi imobilizado com violência e arrastado pelas pernas após tentar pular a catraca da estação. Testemunhas relataram que, durante a abordagem, ele desmaiou e os seguranças tentaram reanimá-lo. Inicialmente, o caso foi registrado como morte súbita acidental, mas a nova evidência levou a polícia a investigar a possibilidade de homicídio.
Imagens do circuito interno da estação mostram o momento em que Jadson, aparentemente desorientado, tenta passar pela catraca. Os seguranças o agarram, um deles aplica uma rasteira e, em seguida, outro homem desferiu um chute na vítima. Após as agressões, Jadson foi arrastado e um dos seguranças pressionou seu peito com o joelho, enquanto outros tentavam reanimá-lo com massagem cardíaca.
Passageiros que presenciaram a cena chegaram a gritar para que os seguranças parassem, afirmando que o homem não representava perigo. De acordo com relatos, Jadson chegou a clamar, dizendo que tinha uma filha de três anos e não queria morrer.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu Jadson, que foi levado a uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Sua esposa, Renata Santos de Sousa, declarou que ele havia saído de casa naquele dia para providenciar o saque do Fundo de Garantia e do seguro-desemprego, após ter sido demitido recentemente.
O corpo de Jadson foi sepultado no dia 13 de novembro, no Cemitério Municipal de Barueri, onde amigos e familiares clamaram por justiça. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial de Carapicuíba, e quatro agentes foram identificados. Um deles, de 37 anos, foi preso temporariamente, enquanto os outros três prestaram depoimento e continuam sob investigação.
A SSP também confirmou que o laudo do IML constatou a morte por asfixia mecânica, e que o documento foi anexado ao inquérito. A polícia afirmou que a natureza inicial da ocorrência poderá ser alterada conforme novas evidências forem descobertas.
Em nota, a ViaMobilidade lamentou a morte de Jadson e expressou condolências à família. A concessionária anunciou que afastou os agentes envolvidos e abriu uma sindicância para apurar os fatos. Além disso, informou que um processo de reciclagem será implementado para todos os seus agentes, visando a capacitação no atendimento a pessoas em situações de vulnerabilidade.
Por fim, a prefeitura de Carapicuíba declarou que o guarda civil mencionado pela ViaMobilidade já foi identificado e que não possui vínculo com a administração municipal.
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