Donald Trump alega crédito pela superação do bitcoin na marca de 100 mil dólares

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, declarou ter contribuído para a valorização do bitcoin, que ultrapassou a marca de 100 mil dólares (cerca de 604 mil reais) nesta quinta-feira (5). A declaração ocorre um mês após sua vitória nas eleições presidenciais e o lançamento de sua própria plataforma de criptomoedas.

Em uma publicação em sua rede social Truth Social, Trump escreveu: “PARABÉNS BITCOINERS!!! $ 100.000!!! De nada!!! Juntos tornaremos a América grande novamente!”. Às 13h25 GMT (10h25 em Brasília), o bitcoin estava cotado a 103.192,25 dólares (617.533,38 reais), enquanto no dia das eleições, em 5 de novembro, o valor era pouco superior a 69 mil dólares (417 mil reais).

A valorização da criptomoeda foi acelerada após Trump anunciar sua intenção de nomear um novo chefe para a SEC, a agência reguladora dos mercados financeiros dos Estados Unidos, alguém alinhado com o setor de criptomoedas. Horas antes de sua declaração, o bitcoin já havia superado a barreira dos 100 mil dólares, um feito considerado improvável na época de sua criação, há 16 anos.

Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump havia classificado as criptomoedas como fraudes, mas mudou seu discurso durante a campanha eleitoral, prometendo transformar os Estados Unidos na “capital mundial do bitcoin e das criptomoedas”. Essa mudança de postura é atribuída ao financiamento que recebeu de empresas do setor durante sua campanha.

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O preço do bitcoin disparou mais de 8% após o anúncio da futura nomeação de Paul Atkins, um advogado republicano favorável ao desenvolvimento das criptomoedas, para liderar a SEC. Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, afirmou que a indicação de Atkins “inflamou a comunidade cripto, reforçando o otimismo dos investidores em um cenário regulatório mais flexível” e uma abordagem mais tolerante ao crescente mercado de ativos digitais.

Recentemente, o presidente da SEC, Gary Gensler, conhecido por sua postura crítica em relação ao setor, pediu demissão, o que também contribuiu para a valorização das criptomoedas. Além disso, Trump tem sugerido a criação de uma secretaria de criptomoedas e uma reserva estratégica de bitcoins nos Estados Unidos, utilizando tokens apreendidos pela Justiça.

Empresas ligadas ao setor de criptomoedas, como MicroStrategy e Coinbase, testemunharam um aumento significativo em seus preços após as eleições americanas. O dogecoin, uma criptomoeda que começou como uma piada e é promovida por Elon Musk desde 2019, também teve uma valorização considerável.

Em setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda legal, embora a aceitação popular tenha sido limitada. O bitcoin, que surgiu em 2008 com a proposta de escapar do controle das instituições financeiras, utiliza a tecnologia blockchain para registrar transações de maneira descentralizada e segura.

Apesar de seu sucesso inicial, o bitcoin e outras criptomoedas enfrentam críticas e estão frequentemente associados a escândalos financeiros, lavagem de dinheiro e uso por hackers.