Justiça anula reeleição de prefeito que planejava ceder cargo à amante
A polêmica envolvendo o prefeito de Goiana e seu plano de sucessão amorosa
A Justiça eleitoral decidiu, em uma votação unânime, anular a reeleição de Eduardo Honório, de 66 anos, prefeito de Goiana, Pernambuco, que havia conquistado 78% dos votos válidos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou a decisão nesta quinta-feira (5), argumentando que Honório já havia cumprido dois mandatos consecutivos, o que é vedado pela legislação brasileira.
Com a anulação, a cidade de Goiana, que possui cerca de 85 mil habitantes, terá um novo prefeito a partir de 1º de janeiro de 2025. A escolha ficará a cargo dos 17 vereadores eleitos nas últimas eleições, que deverão selecionar um novo presidente da Câmara Municipal. Esse novo presidente terá a responsabilidade de convocar novas eleições para o cargo de prefeito e poderá até mesmo se candidatar.
Honório, que foi vice-prefeito em 2016 e assumiu a prefeitura após o afastamento do titular, viu sua candidatura ser negada pela Justiça local e posteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco. No entanto, recorreu ao TSE, que também indeferiu seu pedido.
Durante a campanha, o prefeito fez declarações enigmáticas, afirmando que “o que vale é a palavra de Brasília”. O plano de Honório era eleger sua amante, Paula Brito, como vereadora e, em seguida, presidente da Câmara, para que ela pudesse concorrer ao cargo de prefeita na nova eleição suplementar.
Honório é casado há décadas com Maria das Neves, a “Nevinha”, mãe de seus três filhos, mas sempre teve relacionamentos paralelos. Seu caso mais recente com Paula Brito, de 45 anos, diretora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Goiana, levantou questões sobre a ética nas relações pessoais e políticas. A situação se complicou ainda mais com a participação ativa de Nevinha, que se dedicou a eleger o rival de Paula, em uma disputa que se tornou uma questão de honra para a primeira-dama.
Enquanto isso, a cidade, que conta com uma receita anual de 1,5 bilhão de reais, impulsionada pela presença de uma montadora de veículos, aguarda a definição de seu futuro político. A trama envolvendo amor e política em Goiana levanta debates sobre a moralidade e a transparência nas relações de poder.
O desfecho dessa história intrigante ainda está por vir, mas o que já se sabe é que o amor e a política podem, de fato, se entrelaçar de maneiras inesperadas.
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