A epidemia de dengue nas Américas já causou mais de 7.700 mortes, com Brasil, Argentina, Colômbia e México concentrando a maioria dos casos.
10 de Dezembro de 2024 às 20h29

Mortes por dengue nas Américas superam 7.700 em meio a epidemia alarmante

A epidemia de dengue nas Américas já causou mais de 7.700 mortes, com Brasil, Argentina, Colômbia e México concentrando a maioria dos casos.

A epidemia de dengue nas Américas se tornou uma grave preocupação de saúde pública, com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) relatando que mais de 12,6 milhões de casos foram registrados até o momento em 2024. Esse número alarmante representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores, com 21 mil casos considerados graves e mais de 7.700 mortes confirmadas.

Os países mais afetados pela epidemia são Brasil, Argentina, Colômbia e México, que juntos concentram 90% dos casos e 88% das mortes. Essa situação crítica exige ações imediatas e coordenadas para conter a disseminação da doença e proteger a população, especialmente as crianças, que são um dos grupos mais vulneráveis.

O doutor Jarbas Barbosa, diretor da Opas, destacou que “a dengue está representando um risco maior que o normal para as crianças” em países como Guatemala, onde a taxa de mortalidade infantil relacionada à doença é alarmante. Em várias nações da região, como Costa Rica, México e Paraguai, os menores de 15 anos representam mais de um terço dos casos graves.

Os fatores que contribuem para a rápida disseminação da dengue incluem eventos climáticos extremos, urbanização descontrolada e a má gestão de resíduos, que criam ambientes propícios para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A Opas alerta que quase metade da população mundial vive em áreas suscetíveis à dengue, o que agrava ainda mais a situação.

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Embora vacinas contra a dengue tenham sido introduzidas em alguns países, como Brasil, Argentina e Peru, a imunização não é uma solução imediata e não impede a propagação do vírus a curto ou médio prazo. O diretor do Departamento de Prevenção, Controle e Eliminação de Doenças Transmissíveis, Sylvain Aldighieri, enfatizou que “não temos uma bola de cristal” para prever a evolução da epidemia, mas a circulação intensa do vírus durante o período de 2023 a 2024 indica uma alta imunidade na população.

A Opas também observou um aumento nos casos de Oropouche, um vírus transmitido por mosquitos, com mais de 11.600 casos registrados este ano, principalmente no Brasil. O surto está se expandindo geograficamente, atingindo áreas sem histórico prévio de infecções, o que levanta preocupações sobre possíveis novas formas de transmissão.

Em relação à gripe aviária, 19 países das Américas relataram casos em animais, e dois confirmaram infecções em humanos. Em 2024, foram registrados 58 casos humanos nos Estados Unidos e um no Canadá, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores.

Com a epidemia de dengue se intensificando, é crucial que os governos e organizações de saúde pública implementem medidas eficazes de prevenção e controle, incluindo campanhas de conscientização e melhorias na gestão de resíduos. A colaboração internacional será fundamental para compartilhar recursos e melhores práticas, visando reduzir a carga da dengue na região.

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