Larry Mullen Jr. do U2 é diagnosticado com discalculia e compartilha suas dificuldades
O baterista revelou em entrevista que sempre teve dificuldades com números e foi diagnosticado com discalculia.
Larry Mullen Jr., o renomado baterista da banda irlandesa U2, revelou recentemente que foi diagnosticado com discalculia, um transtorno específico de aprendizagem que afeta a capacidade de compreender e manipular números. Em uma entrevista à Times Radio, Mullen, de 63 anos, compartilhou que sempre sentiu dificuldades em lidar com aritmética e contagem, mas nunca soube o motivo de suas limitações.
“Sempre soube que havia algo particularmente errado com a maneira como lido com números. Sou numericamente desafiado. E percebi recentemente que tenho discalculia, que é uma subversão da dislexia. Então não consigo contar, não consigo somar”, explicou o músico, que se tornou um ícone do rock mundial.
O baterista também comentou sobre como essa condição impacta seu desempenho durante os shows. Ele mencionou que frequentemente faz caretas enquanto toca, o que é resultado de sua luta para contar as barras da música. “Estou sofrendo porque estou tentando contar as barras. Eu tive que encontrar maneiras de fazer isso — e contar barras é como escalar o Everest”, relatou Mullen.
A discalculia é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta na infância e pode persistir ao longo da vida. Segundo especialistas, a condição afeta de 3% a 7% da população, incluindo adultos e crianças, mas muitos casos não são identificados devido à falta de conhecimento sobre o transtorno. Muitas pessoas acreditam que suas dificuldades são normais ou semelhantes às de outros familiares.
Além de Mullen, outros músicos famosos também já falaram sobre suas experiências com a discalculia. Cher, por exemplo, revelou ter enfrentado dificuldades na escola, enquanto Robbie Williams compartilhou que não consegue ler números de telefone a menos que estejam espaçados. Sophie Ellis-Bextor, conhecida por seu sucesso “Murder on the Dance Floor”, é embaixadora da Dyscalculia Network no Reino Unido e tem dois filhos com dificuldades de aprendizagem.
A causa exata da discalculia ainda é desconhecida, mas há evidências que sugerem que a condição pode ter um componente hereditário. Mullen mencionou que seu filho mais velho também enfrenta desafios relacionados à dislexia, o que pode indicar uma predisposição familiar para transtornos de aprendizagem.
Embora não haja cura para a discalculia, tratamentos estão disponíveis e geralmente envolvem uma abordagem multidisciplinar. Profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos podem ajudar, assim como o apoio efetivo da família. Na escola, é fundamental que técnicas pedagógicas adaptadas sejam implementadas para atender às necessidades dos alunos com discalculia, incluindo reforços escolares e repetições de material conforme necessário.
O diagnóstico de Mullen não apenas traz à tona sua luta pessoal, mas também destaca a importância de conscientizar sobre a discalculia e outros transtornos de aprendizagem. A compreensão e o apoio adequados podem fazer uma diferença significativa na vida de quem enfrenta essas dificuldades.
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