“Querem prender Bolsonaro a qualquer custo”, afirma Bia Kicis em entrevista
A deputada critica a condução do processo contra o ex-presidente e defende a legalidade da prisão de Braga Netto.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), que ocupa a liderança da minoria na Câmara dos Deputados, manifestou-se neste sábado (14) sobre a situação política atual, afirmando que não existem evidências que comprovem uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022. Em entrevista concedida à emissora CNN, Kicis destacou que a busca pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo feita “a qualquer custo”.
“Aquelas 800 e tantas páginas que foram apresentadas como relatório, eu vi alguns trechos e advogados que analisaram disseram que é tudo baseado em fantasias. Não há nada de concreto. Se realmente houvesse uma história de golpe, isso teria ocorrido quando o presidente Bolsonaro era o comandante supremo das Forças Armadas”, declarou a parlamentar.
A deputada também comentou sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram a sede dos Poderes em Brasília. Segundo Kicis, o ex-presidente não estava no país nesse dia, o que, segundo ela, deslegitima as acusações. “Isso não passa de alucinação, narrativas para justificar o quê? Querem prender Bolsonaro, a todo custo. Custe o que custar. Não importa violar a Constituição ou o devido processo legal”, enfatizou.
Kicis criticou ainda a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Para ela, a prisão do general é ilegal, uma vez que, segundo a parlamentar, um militar deve ser julgado pela Justiça Militar e não pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Tudo o que está acontecendo avilta o senso de justiça e ignora o devido processo legal”, afirmou.
A deputada expressou preocupação com a tendência crescente de “prender e depois buscar fundamentação”, o que, segundo ela, compromete a integridade do sistema judicial. A prisão de Braga Netto foi realizada no contexto de investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou a medida como necessária para evitar interferências nas apurações.
De acordo com a PGR, existem provas suficientes que indicam a participação do general em crimes graves. A Polícia Federal (PF) revelou que Braga Netto teria tentado obter informações sigilosas relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“É um completo absurdo. A alegação da tentativa de golpe não tem base nos fatos. Braga Netto é um general honrado e respeitado. É um constrangimento para as Forças Armadas que o Exército esteja dando apoio a essa situação”, concluiu Kicis, ressaltando a necessidade de respeitar as regras jurídicas em qualquer processo legal.
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