Suchir Balaji, aos 26 anos, questionava violações de direitos autorais e foi encontrado sem sinais de crime.
15 de Dezembro de 2024 às 20h13

Ex-pesquisador da OpenAI, que denunciava práticas da empresa, é encontrado morto

Suchir Balaji, aos 26 anos, questionava violações de direitos autorais e foi encontrado sem sinais de crime.

Alerta: a reportagem abaixo trata de temas como suicídio e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final do texto onde buscar ajuda.

Suchir Balaji, um ex-pesquisador da OpenAI, foi encontrado morto em seu apartamento no final de novembro. Balaji, que tinha apenas 26 anos, ganhou notoriedade após conceder uma entrevista ao New York Times, na qual expressou suas preocupações sobre supostas violações de direitos autorais pela empresa de inteligência artificial.

No dia 26 de novembro, o Departamento de Polícia de São Francisco foi acionado para verificar a situação no apartamento de Balaji, onde o encontrou sem vida, sem indícios de crime. O Departamento de Saúde da cidade informou à CNBC que a causa da morte foi classificada como suicídio.

Balaji havia se demitido da OpenAI em agosto e, em uma entrevista ao Times em outubro, declarou que o uso de dados protegidos por direitos autorais pela empresa violava a legislação vigente, além de afirmar que ferramentas como o ChatGPT eram prejudiciais à internet.

A OpenAI se manifestou sobre a morte de Balaji, afirmando: “Estamos devastados ao saber dessa notícia incrivelmente triste e nossos corações estão com os entes queridos de Suchir durante esse momento difícil”.

Em sua entrevista, Balaji revelou que não havia aceitado uma nova proposta de emprego e que estava focado em “projetos pessoais”. Ele também mencionou: “Se você acredita no que eu acredito, você deve simplesmente deixar a empresa”, referindo-se ao processo que movia contra a OpenAI, juntamente com outros editores, pelo uso de material protegido em seus modelos de inteligência artificial.

A OpenAI contestou as alegações, afirmando que seus modelos foram desenvolvidos com dados publicamente disponíveis, respeitando os princípios de “uso justo” e precedentes legais amplamente aceitos. “Consideramos esse princípio justo para os criadores, necessário para os inovadores e fundamental para a competitividade dos EUA”, declarou a empresa ao NYT em outubro.

Natural de Cupertino, na Califórnia, Balaji se interessou pela inteligência artificial em 2013, quando a startup DeepMind apresentou a tecnologia de “IA que aprende a jogar videogames”. Em 2020, ele se juntou à OpenAI após concluir seus estudos na Universidade da Califórnia em Berkeley.

“Eu achava que a IA era algo que poderia ser usado para resolver problemas insolúveis, como curar doenças e interromper o envelhecimento”, disse ele ao NYT. “Achei que poderíamos inventar algum tipo de cientista que pudesse ajudar a resolvê-los.”

Onde buscar ajuda

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Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar

Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuvenis e é possível buscar os endereços das unidades na página da prefeitura.

Mapa da Saúde Mental

O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.

NOTA DA REDAÇÃO: Suicídios são um problema de saúde pública. Diante da alta de mortes e tentativas de suicídio nos últimos anos, inclusive de crianças e adolescentes, a discussão sobre o tema se torna cada vez mais necessária. O trabalho jornalístico sobre suicídios pode oferecer esperança a pessoas em risco e suas famílias, além de reduzir estigmas e inspirar diálogos abertos e positivos.

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