Estudo revela que quase 30% da população brasileira já contraiu covid-19
Cerca de 15% dos entrevistados perderam um familiar para a doença e 34,9% enfrentaram desemprego durante a pandemia.
Um novo estudo intitulado “Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira, 18, pelo Ministério da Saúde, revela que mais de 28% da população brasileira, o que corresponde a aproximadamente 60 milhões de pessoas, já foram infectadas pelo coronavírus.
Entre os indivíduos que relataram ter contraído a doença, 18,9% afirmaram ter experimentado sintomas persistentes, uma condição conhecida como covid longa. Os sintomas mais comuns associados a essa condição incluem problemas de saúde mental, como ansiedade (33,1%), fadiga (25,9%), dificuldades de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%).
O estudo também aponta que cerca de 15% dos entrevistados perderam um familiar em decorrência da covid-19. Este levantamento é considerado o maior estudo de base populacional sobre a doença no Brasil, com mais de 33 mil entrevistas realizadas em 133 cidades. A pesquisa é uma continuidade do Epicovid-19, iniciado em 2020, e agora foca nos impactos duradouros da infecção pelo SARS-CoV-2.
O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia. Em 2023, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a covid-19 não representava mais uma emergência de saúde pública de interesse internacional, o país registrava 10% das mortes oficiais pela doença em todo o mundo, ocupando a segunda posição em números absolutos de vítimas.
A campanha de vacinação no Brasil enfrentou diversos desafios, incluindo atrasos na aquisição e entrega de vacinas, além de uma onda de desinformação e notícias falsas que se espalharam, inclusive entre autoridades do governo federal. Apesar disso, a pesquisa revelou que 57,6% dos entrevistados confiam na vacina. Dos participantes, 90,2% receberam pelo menos uma dose e 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. A imunização foi mais prevalente na região Sudeste, entre idosos, mulheres e pessoas com maior nível de escolaridade e renda.
Entre os indivíduos que não se vacinaram, 32,4% afirmaram não acreditar na vacina, enquanto 0,5% sequer acreditam na existência do vírus. Outros 31% expressaram preocupações de que o imunizante poderia prejudicar sua saúde. A OMS recomenda a vacinação contra a covid-19, considerando sua segurança e eficácia.
Em relação à situação econômica, quase metade dos entrevistados (48,6%) relatou uma redução na renda em decorrência da pandemia. Além disso, cerca de 34,9% dos participantes perderam seus empregos e 21,5% interromperam seus estudos durante a crise. A insegurança alimentar, que se refere à falta de acesso garantido a alimentos diariamente, afetou 47,4% dos consultados.
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