Emmanuely Silva Resende, conhecida como Emma Spinner, foi detida em Betim por crimes digitais e extorsão; investigações revelam gravidade das ações.
20 de Dezembro de 2024 às 10h26

Influenciadora Emma Spinner é presa em Minas Gerais após alerta da Interpol

Emmanuely Silva Resende, conhecida como Emma Spinner, foi detida em Betim por crimes digitais e extorsão; investigações revelam gravidade das ações.

A influenciadora digital Emmanuely Silva Resende, popularmente conhecida como Emma Spinner, de 31 anos, foi presa na cidade de Betim, em Minas Gerais, após um alerta vermelho emitido pela Interpol. A detenção ocorreu na segunda-feira, dia 16, durante uma operação de rotina da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-262.

Emma foi alvo de um mandado de prisão preventiva, que foi cumprido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após investigações que revelaram a prática de 40 crimes digitais. As apurações, que começaram em junho deste ano, mobilizaram 14 escrivães e resultaram em depoimentos de 24 vítimas e testemunhas.

As investigações indicam que a influenciadora utilizava suas redes sociais para extorquir dinheiro, caluniar e proferir ofensas graves, incluindo racismo e discriminação religiosa, especialmente contra religiões de matriz afrodescendente. Segundo a PCMG, as vítimas eram expostas a um grande público, o que ampliava os danos psicológicos e financeiros sofridos por elas. Apesar de residir nos Estados Unidos, Emma retornou ao Brasil, o que possibilitou a solicitação de sua prisão.

Emma Spinner mantinha diversos perfis nas redes sociais, cinco dos quais foram removidos a pedido da polícia por determinação judicial. No entanto, mesmo após a derrubada de suas contas, ela continuava a criar novos perfis para prosseguir com os ataques. Além disso, a influenciadora exigia pagamentos de suas vítimas para cessar as ofensas. O delegado Wesley Amaral, responsável pelas investigações, destacou que “a prática da extorsão não exige necessariamente a entrega do dinheiro; basta a exigência para que o crime se aperfeiçoe”.

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As penas somadas para os crimes pelos quais Emma foi indiciada podem ultrapassar 30 anos, dada a gravidade das condutas. Amaral enfatizou que “as redes sociais não são terra sem lei. É possível identificar e responsabilizar quem pratica crimes, mesmo utilizando perfis falsos”, durante uma coletiva à imprensa.

Em novembro, a PCMG havia solicitado um alerta vermelho à Interpol para evitar a fuga da influenciadora. O alerta garantiu que sua prisão fosse realizada em qualquer país. A PRF conseguiu detê-la após identificá-la em uma abordagem de rotina na BR-262, onde ela estava acompanhada por outra pessoa em um veículo registrado em seu nome.

As investigações agora se concentram em possíveis cúmplices que teriam auxiliado Emma na prática de ofensas e extorsões. O delegado informou que a influenciadora foi indiciada duas vezes por extorsão, mas ainda está sendo apurado se ela recebeu pagamentos para prejudicar outras pessoas.

Com a prisão preventiva e a denúncia aceita pela Justiça, o caso avança para a fase processual. Emma foi encaminhada para uma unidade prisional na região metropolitana de Belo Horizonte. A defesa da influenciadora ainda não se manifestou sobre o caso, e o espaço permanece aberto para futuras declarações.

Nas redes sociais, Emma Spinner costumava exibir uma vida de luxo, com postagens que incluíam carros, lanchas e residências milionárias. Em um de seus perfis no Instagram, que ainda está ativo, ela publicou uma reportagem sobre o alerta da Interpol e se manifestou sobre a situação, afirmando: “Mentirosos. Caluniadores. Invejosos. Incapazes. Old school [velha guarda]. Vocês fazem as famílias sofrerem por dinheiro. Difamações. Extorsões. Incapazes de serem felizes. Odeiam a felicidade e sucesso conquistado honestamente”.

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