Taleb A., psiquiatra saudita, é o principal suspeito do atropelamento que deixou mortos e feridos em Magdeburgo.
21 de Dezembro de 2024 às 18h14

Identidade do autor de ataque em feira natalina na Alemanha é revelada pela imprensa

Taleb A., psiquiatra saudita, é o principal suspeito do atropelamento que deixou mortos e feridos em Magdeburgo.

Após o trágico ataque a uma feira natalina em Magdeburgo, na Alemanha, a identidade do suposto autor das violências foi revelada. O motorista, identificado como Taleb A., de 50 anos, é um psiquiatra de origem saudita que reside no país desde 2006. O incidente ocorreu na noite de sexta-feira, quando o veículo conduzido por Taleb avançou contra uma multidão, resultando na morte de pelo menos quatro pessoas, incluindo uma criança, e deixando mais de 70 feridos.

De acordo com relatos, o ataque foi perpetrado com uma BMW alugada, que percorreu cerca de 400 metros em alta velocidade, atropelando os frequentadores da feira. Imagens capturadas por testemunhas mostram o veículo em movimento, enquanto outro vídeo registra o momento em que a polícia deteve o suspeito no local.

As autoridades alemãs informaram que Taleb A. agiu sozinho e que suas motivações ainda não foram esclarecidas. O homem, que possui status de refugiado e uma carteira de residência sem prazo determinado, não era conhecido pelas forças de segurança. Informações da imprensa local indicam que ele se tornou islamofóbico, apesar de sua origem muçulmana.

Uma fonte do governo saudita revelou que havia alertado as autoridades alemãs sobre as opiniões extremistas que Taleb publicava em suas redes sociais. O psiquiatra teria criado um site com informações destinadas a mulheres sauditas que desejavam fugir do regime do país e buscar refúgio na Europa. Recentemente, ele também fez postagens pedindo o fechamento das fronteiras alemãs a imigrantes ilegais, criticando a ex-chanceler Angela Merkel por supostamente “islamizar a Europa”.

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O ataque em Magdeburgo ocorre oito anos após um atentado similar em Berlim, que deixou 12 mortos. A tragédia gerou uma onda de choque na população local, especialmente neste período de festividades de fim de ano. Moradores da cidade expressaram incredulidade diante do ocorrido, como o engenheiro aposentado Michael Raarig, que afirmou: “Nunca imaginei que isso poderia ocorrer aqui”.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, visitou o local do atropelamento no sábado para prestar homenagem às vítimas. Vestido de preto, ele depositou flores em frente à igreja Johanneskirche, onde um memorial será realizado. Scholz classificou o ato como “terrível e insano”, enfatizando a necessidade de medidas contra aqueles que promovem o ódio.

Dirk Wiese, representante do partido governista, fez um apelo para evitar conclusões precipitadas sobre o perfil do suposto agressor. “Parece que as coisas são diferentes do que foi suposto no início”, declarou ao jornal Rheinische Post. A situação política na Alemanha é tensa, com a extrema direita tentando capitalizar sobre o ataque em um momento em que a questão da imigração é uma preocupação central para a população.

O incidente provocou um debate acirrado sobre segurança e imigração no país, especialmente a dois meses das eleições legislativas antecipadas. Alice Weidel, copresidente do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), questionou em suas redes sociais: “Quando isso terá fim?”, refletindo a inquietação de muitos cidadãos.

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