O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, reafirma promessas polêmicas e renova ameaças contra cartéis mexicanos.
23 de Dezembro de 2024 às 09h42

Trump promete 'deter a loucura transgênero' no primeiro dia de governo

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, reafirma promessas polêmicas e renova ameaças contra cartéis mexicanos.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (22) que pretende "deter a loucura transgênero" logo no primeiro dia de seu segundo mandato. A declaração foi feita durante um evento voltado para jovens conservadores em Phoenix, Arizona, onde Trump também renovou suas ameaças contra os cartéis mexicanos e expressou a intenção de retomar o controle do Canal do Panamá.

“Assinarei ordens executivas para acabar com a mutilação sexual infantil, tirar os transgêneros do exército e das nossas escolas dos ensinos fundamental e médio”, afirmou Trump, destacando que sua administração terá como política oficial a existência de apenas dois gêneros: masculino e feminino. “Manter os homens fora dos esportes femininos” também foi uma de suas promessas.

A declaração de Trump reacende um debate que tem polarizado a política americana nos últimos anos. Enquanto os estados controlados por democratas e republicanos seguem direções opostas em relação a políticas voltadas para a comunidade transgênero, a retórica de Trump parece intensificar a divisão.

Em meio a promessas de uma "nova era" com sua volta à Casa Branca, Trump declarou: “Em 20 de janeiro, os Estados Unidos virarão para sempre a página de quatro longos e horríveis anos de fracasso, incompetência e decadência nacional, e inauguraremos uma nova era de paz, prosperidade e grandeza nacional”.

Durante o evento, Trump também se referiu aos cartéis mexicanos, anunciando que pretende designá-los como "organizações terroristas estrangeiras". “Vamos fazê-lo imediatamente”, disse, reiterando uma proposta que já havia feito em seu mandato anterior, mas que foi arquivada a pedido do ex-presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

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A atual presidente do México, Claudia Sheinbaum, se opôs à designação, argumentando que isso poderia comprometer a soberania do país. “Nós colaboramos, coordenamos, trabalhamos juntos, mas nunca seremos subordinados. O México é um país livre, soberano, independente e não aceitamos intervencionismos no nosso país”, declarou Sheinbaum durante uma visita ao estado de Sinaloa.

Trump também prometeu que, assim que assumir o poder, lançará "a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos". Além disso, reafirmou sua intenção de retomar o controle do Canal do Panamá, afirmando que as tarifas cobradas atualmente são "ridículas" e que, se o Panamá não garantir uma operação segura e eficiente do canal, exigirá sua devolução.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, pediu "respeito", reiterando que "cada metro quadrado do canal do Panamá e suas zonas adjacentes são do Panamá e continuarão sendo". O Canal do Panamá, que foi concluído pelos Estados Unidos em 1914, foi devolvido ao Panamá em 1999, após um acordo assinado pelo presidente democrata Jimmy Carter em 1977.

Apesar do tom combativo de suas declarações, não está claro se Trump pretende ir além da retórica em suas ações em relação ao governo panamenho.

Em meio a essa sequência de promessas, Trump também se comprometeu a "pôr fim" aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, afirmando: "Porei fim à guerra na Ucrânia. Vou parar o caos no Oriente Médio e evitarei, prometo, a Terceira Guerra Mundial". Ele concluiu com a declaração de que "a idade de ouro dos Estados Unidos chegou", embora ainda não tenha detalhado como pretende alcançar a paz na Ucrânia, quase três anos após a invasão russa.

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