Tragédia resultou em 10 mortes e 17 feridos; autoridades apuram causas do acidente.
23 de Dezembro de 2024 às 09h57

Investigação sobre queda de avião em Gramado avança com novas informações e detalhes

Tragédia resultou em 10 mortes e 17 feridos; autoridades apuram causas do acidente.

A queda de um avião de pequeno porte em Gramado, no Rio Grande do Sul, no último domingo (22), resultou na morte de 10 pessoas, todas da mesma família, e deixou 17 feridos. O acidente ocorreu em meio a condições meteorológicas desfavoráveis, com alta nebulosidade, e as causas estão sendo investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e pela Polícia Civil.

Entre as vítimas fatais, estava o empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos, que pilotava a aeronave. Além dele, faleceram sua esposa, três filhas adolescentes, a sogra, a cunhada, o cunhado e duas crianças. A família, residente em São Paulo, estava em Gramado para as festividades de Natal. A empresa Galeazzi & Associados, da qual Galeazzi era CEO, afirmou que todos os registros e autorizações da aeronave estavam em ordem e que acompanhará as investigações.

O voo partiu de Canela, cidade vizinha, às 9h15, com destino a Jundiaí, em São Paulo. A aeronave caiu minutos depois, colidindo com a chaminé de um prédio próximo à Avenida das Hortênsias e atingindo uma residência e uma loja de móveis, provocando uma explosão. A área foi isolada pelas autoridades para a realização das investigações.

Das 17 pessoas que estavam em solo, a maioria recebeu atendimento médico por inalação de fumaça. Dentre elas, cinco foram liberadas pelo Hospital de Canela, enquanto 12 permaneciam internadas. Duas funcionárias da pousada atingida foram transferidas para Porto Alegre devido a queimaduras graves.

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A investigação está sendo conduzida pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Polícia Civil, que coletam dados e apuram as circunstâncias do acidente. O perito Valmor Gomes destacou que o avanço das investigações depende da remoção de elementos estruturais da aeronave, o que só poderá ocorrer após a estabilização do local da queda.

Especialistas apontam que as condições climáticas no momento da decolagem eram complicadas, com visibilidade reduzida. Gerardo Portela, doutor em Gerenciamento de Riscos e Segurança pela UFRJ, afirmou que a visibilidade estava entre 100 e 150 metros, o que tornava o voo visual inviável. Ele ressaltou que, caso o piloto percebesse a falta de visibilidade durante o voo, deveria ter abortado a decolagem.

O aeroporto de Canela, homologado pela Infraero, opera apenas voos visuais, o que pode ter contribuído para a tragédia. Lucas Fogaça, coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, explicou que a operação por instrumentos requer equipamentos e procedimentos específicos que o aeródromo não possui.

Além das condições climáticas, a possibilidade de erro no abastecimento de combustível também está sendo investigada. Testemunhas relataram um forte cheiro de querosene, levantando suspeitas sobre um possível abastecimento inadequado, similar a um acidente ocorrido em 2008 no Rio de Janeiro.

O local do acidente, situado em uma área central de Gramado, é um ponto turístico movimentado durante as festividades de Natal. A Avenida das Hortênsias, onde ocorreu a tragédia, é conhecida por suas celebrações natalinas e atrai muitos visitantes nesta época do ano.

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