Juliana Leite Rangel, de 26 anos, permanece internada após ser atingida por disparos na Rodovia Washington Luiz.
26 de Dezembro de 2024 às 10h00

Jovem baleada pela Polícia Rodoviária segue em estado gravíssimo após abordagem

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, permanece internada após ser atingida por disparos na Rodovia Washington Luiz.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, continua em estado gravíssimo no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, localizado na Baixada Fluminense. A jovem foi baleada na véspera de Natal, enquanto se dirigia com sua família para uma comemoração, quando o veículo em que estavam foi alvo de disparos efetuados por agentes da Polícia Rodoviária.

De acordo com as informações divulgadas pela unidade de saúde, Juliana está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI), entubada e sob acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. O boletim médico confirma que a paciente apresenta um quadro de saúde extremamente delicado, com instabilidade hemodinâmica.

O incidente ocorreu na Rodovia Washington Luiz (BR-040), onde a família de Juliana foi surpreendida por cerca de 30 disparos. O pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, também foi atingido, mas em uma das mãos. A mãe, Deyse Rangel, de 49 anos, relatou que os agentes da Polícia Rodoviária apenas prestaram socorro à filha após a intervenção de um policial militar que estava nas proximidades.

“Quando paramos, eles perceberam que cometeram um erro. Uma patrulha da PM apareceu e um policial verificou que minha filha ainda estava respirando. Os agentes da Polícia Rodoviária não fizeram nada inicialmente, apenas andaram de um lado para o outro, sem saber o que fazer”, contou Deyse, visivelmente abalada.

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Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que Juliana permanece internada e que sua condição é monitorada constantemente. A equipe médica está aguardando as próximas 24 horas para realizar novos exames que possam evitar qualquer piora no estado cerebral da paciente.

Os agentes envolvidos na abordagem foram afastados de suas funções e prestaram depoimento na divisão da Polícia Federal de Nova Iguaçu. A Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, anunciou a abertura de um procedimento interno para investigar o caso. A corporação lamentou profundamente o ocorrido e afirmou que está colaborando com as investigações.

“A PRF lamenta profundamente o episódio. A Coordenação-Geral de Direitos Humanos está acompanhando a situação e prestando assistência à família de Juliana”, diz a nota oficial da Polícia Rodoviária.

O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias do incidente. O procurador da República, Eduardo Banones, solicitou o afastamento dos agentes envolvidos e o recolhimento das armas e viaturas utilizadas durante a ação.

A situação de Juliana continua a gerar comoção e preocupação entre familiares e amigos, que aguardam ansiosamente por notícias sobre sua recuperação. O caso levanta questões sobre a conduta das forças de segurança e a necessidade de uma investigação rigorosa para que a verdade dos fatos seja esclarecida.

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