Marinha do Brasil confirma que mais uma vítima foi encontrada no Rio Tocantins; oito pessoas continuam desaparecidas.
27 de Dezembro de 2024 às 09h49

Número de mortos pela queda da ponte no Tocantins sobe para nove

Marinha do Brasil confirma que mais uma vítima foi encontrada no Rio Tocantins; oito pessoas continuam desaparecidas.

A Marinha do Brasil (MB) anunciou na noite desta quinta-feira, 26, que o número de vítimas fatais da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrida no último domingo, 22, subiu para nove. A nova vítima, uma mulher de 48 anos, foi localizada a seis quilômetros do local do acidente, entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

De acordo com as informações divulgadas, a Força-Tarefa de mergulhadores também encontrou duas motos e uma caminhonete na área de busca. Além disso, um caminhão que transportava defensivos agrícolas foi localizado, mas a carga estava preservada. Os testes de qualidade da água, realizados por militares especializados em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR), não indicaram alterações causadas por agentes químicos até o momento.

Na tarde de quinta-feira, outras duas pessoas que estavam desaparecidas foram localizadas, mas ainda não puderam ser retiradas da água, permanecendo sob os escombros a 35 metros de profundidade. A Polícia Militar do Tocantins informou que “não foi possível realizar a extração dos corpos e, a partir de agora, os operadores traçam estratégias para realizar novos mergulhos para retirá-los do local”.

A operação de resgate é coordenada pela Marinha do Brasil, que conta com o apoio do Corpo de Bombeiros dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará. Até a última atualização, 79 militares da Marinha estavam atuando na operação, com 44 mergulhadores, sendo 18 da Marinha, 10 do Maranhão, 10 do Tocantins e seis do Pará.

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As condições para a localização dos corpos têm se mostrado desafiadoras. A água do Rio Tocantins apresenta alta turbidez e correnteza, além da presença de escombros da estrutura colapsada e materiais tóxicos que estavam sendo transportados pelos caminhões que caíram no rio. A possível presença de ácido sulfúrico, um material corrosivo e perigoso à saúde, faz com que a Marinha analise a qualidade da água diariamente antes de iniciar as buscas.

Os mergulhadores enfrentam ainda dificuldades adicionais, como a profundidade do rio, que chega a 48 metros, e a baixa visibilidade. A presença de escombros, concreto e vergalhões no fundo do rio também representa um risco, podendo causar lesões à equipe de mergulho.

Para enfrentar esses desafios, os trabalhos de busca têm recebido reforços em contingente e maquinários. A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou uma câmara hiperbárica da Marinha para o aeroporto de Imperatriz, no Maranhão, permitindo mergulhos em profundidades superiores a 30 metros. A Polícia Federal (PF) também está participando das operações, utilizando drones subaquáticos para auxiliar na localização das vítimas e dos veículos submersos.

Além disso, um sonar “sidescan” está sendo utilizado para identificar a posição dos veículos submersos, garantindo que os mergulhadores atuem de forma mais precisa e otimizada. A equipe de resgate contará ainda com um médico hiperbárico, dois enfermeiros hiperbáricos e um operador da empresa Geosaker, especializada em inspeções subaquáticas, que está colaborando voluntariamente nas buscas.

No último domingo, 22, a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que possui 533 metros e mais de 60 anos, colapsou, afetando um eixo rodoviário crucial para a região Norte, que conecta as rodovias BR-226 (Belém-Brasília) e BR-230 (Transamazônica). O acidente envolveu 10 veículos, incluindo carros, caminhões e motocicletas, sendo que dois caminhões transportavam ácido sulfúrico e um, defensivos agrícolas, que caíram no Rio Tocantins.

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