Cerca de 771 mil americanos vivem em situação de rua, refletindo a crise habitacional e a migração em massa.
28 de Dezembro de 2024 às 08h24

EUA registra aumento alarmante de 18% em população sem-teto em 2024

Cerca de 771 mil americanos vivem em situação de rua, refletindo a crise habitacional e a migração em massa.

Os Estados Unidos enfrentam um aumento alarmante de 18,1% na população sem-teto em 2024, totalizando 771.480 pessoas, conforme revelado em um relatório do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD). Este número, que representa cerca de 23 indivíduos em situação de rua para cada 10.000 habitantes, é um reflexo da crescente crise habitacional no país, exacerbada por fatores como a escassez de moradias acessíveis, desastres naturais e a migração interna e externa.

O aumento de 2024 segue um crescimento de 12% registrado em 2023, impulsionado pela alta nos preços dos aluguéis e pela diminuição das políticas de apoio emergenciais que foram implementadas durante a pandemia de Covid-19. O relatório do HUD destaca que a situação é ainda mais grave, pois não inclui aqueles que estão temporariamente hospedados com amigos ou familiares.

Os dados mais recentes indicam um aumento dramático de 40% no número de famílias sem-teto, com muitas se mudando para grandes centros urbanos como Denver, Chicago e Nova York. Quase 150 mil crianças e adolescentes passaram pelo menos uma noite sem um lar, representando um aumento de 33% em comparação ao ano anterior.

Apesar do cenário preocupante, algumas cidades têm mostrado progresso. Dallas, por exemplo, implementou reformas em seu sistema de atendimento a pessoas em situação de rua e conseguiu uma redução de 16% na população de rua entre 2022 e 2024. Los Angeles, que tem investido em moradias, registrou uma diminuição de 5% no número de desabrigados em relação a 2023.

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A Califórnia continua sendo o estado com o maior número de moradores de rua, seguida por Nova York, Washington, Flórida e Massachusetts. A situação na Califórnia é particularmente crítica, com 66% das pessoas sem-teto vivendo nas ruas, sem acesso a abrigos.

O relatório do HUD também aponta que a desigualdade racial é um fator significativo na crise. Pessoas negras, que representam 12% da população dos EUA, constituem 32% da população sem-teto. Já latinos e hispânicos representam 30,6% desse grupo, totalizando aproximadamente 235 mil indivíduos.

Adrianne Todman, chefe da HUD, enfatizou a necessidade de ações urgentes para enfrentar a crise. “Embora esses dados sejam quase de um ano atrás e não reflitam mais a situação atual, é crucial que nos concentremos em esforços baseados em evidências para prevenir e acabar com a falta de moradia”, afirmou em nota.

Com a inflação persistente e os altos custos de moradia, o cenário se torna cada vez mais desafiador. O aluguel médio nos EUA em janeiro de 2024 era 20% mais alto do que no mesmo período de 2021, dificultando ainda mais o acesso à moradia para famílias de baixa e média renda.

O aumento da migração e os desastres naturais também têm contribuído para a desestabilização de muitas famílias, tornando a situação ainda mais complexa. A combinação desses fatores exige uma resposta abrangente e eficaz para mitigar a crise habitacional nos Estados Unidos.

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