Caixas-pretas do avião da Azerbaijan Airlines que caiu no Cazaquistão serão enviadas ao Brasil
Avião Embraer 190 caiu com 67 pessoas a bordo; acidente resultou em 38 mortes
O Cazaquistão anunciou neste domingo que as duas caixas-pretas do avião Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, que caiu no país na última quarta-feira, serão enviadas ao Brasil para análise. O acidente, que ocorreu próximo a Aktau, resultou na morte de 38 pessoas, das 67 que estavam a bordo.
Representantes da fabricante brasileira e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já foram enviados ao Cazaquistão para acompanhar as investigações. As autoridades locais esperam que os dados contidos nos gravadores de voo ajudem a esclarecer as circunstâncias do trágico incidente.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, fez declarações contundentes, acusando a Rússia de tentar encobrir a responsabilidade pelo acidente. Ele afirmou que o avião foi atingido por disparos vindos do território russo e exigiu um pedido público de desculpas de Moscou. “Sabemos que os sistemas de interferência eletrônica ativos em Grozny fizeram com que nosso avião perdesse o controle”, disse Aliyev em uma entrevista à televisão nacional.
O presidente russo, Vladimir Putin, em uma conversa telefônica com Aliyev, pediu desculpas pelo “trágico acidente”, mas não confirmou que o sistema de defesa aérea russo estava envolvido na queda do avião. Especialistas de diversos países, incluindo os Estados Unidos, levantaram a hipótese de que a aeronave pode ter sido derrubada acidentalmente.
O acidente ocorreu enquanto o avião tentava pousar em Grozny, capital da Chechênia, em meio a um suposto ataque de drones ucranianos. Dados de rastreamento indicam que a aeronave enfrentou “fortes interferências de GPS”, o que pode ter contribuído para a perda de controle durante a aproximação.
As imagens da fuselagem do avião mostram buracos que, segundo especialistas, podem ter sido causados por mísseis de defesa aérea. A Azerbaijan Airlines classificou o incidente como resultado de “interferência externa”, e a investigação está sendo conduzida por um grupo internacional de especialistas, conforme solicitado pelo governo do Azerbaijão.
Enquanto isso, as autoridades do Cazaquistão e do Azerbaijão continuam a trabalhar para identificar os corpos das vítimas. Dos 29 sobreviventes, 11 permanecem em estado crítico, recebendo tratamento em unidades de terapia intensiva.
O incidente reacendeu preocupações sobre a segurança da aviação civil na região, especialmente em um contexto de tensões geopolíticas. A situação é monitorada de perto por diversas nações, que aguardam os resultados das investigações para determinar as responsabilidades e as medidas a serem tomadas.
As caixas-pretas, que são essenciais para entender o que ocorreu durante o voo, devem chegar ao Brasil nas próximas semanas, onde especialistas do Cenipa iniciarão a análise dos dados. A expectativa é de que as informações obtidas ajudem a esclarecer as causas do acidente e a evitar tragédias semelhantes no futuro.
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