Veja o que disse piloto antes de avião explodir na Coreia do Sul
Avião da Jeju Air colidiu com muro e explodiu, resultando em 179 mortes entre 181 passageiros e tripulantes.
Na manhã do último domingo, um Boeing 737-800 da Jeju Air, que realizava o voo 2216, colidiu com um muro ao tentar pousar no aeroporto de Muan, na Coreia do Sul, resultando em uma tragédia que deixou 179 mortos entre as 181 pessoas a bordo. Minutos antes do acidente, o piloto emitiu um alerta de emergência, informando sobre uma colisão com aves.
De acordo com o Ministério dos Transportes sul-coreano, o controle de tráfego aéreo do aeroporto havia emitido um aviso sobre a presença de aves na área por volta das 8h57, logo após autorizar o pouso da aeronave. Às 8h59, o comandante do voo relatou a colisão com pássaros e declarou emergência, iniciando o processo de arremetida.
O piloto, em um momento crítico, comunicou: “Mayday, Mayday, Mayday. Colisão com pássaros, colisão com pássaros, arremetendo.” Após a declaração de emergência, o Boeing 737-800 tentou um pouso em outra pista, mas acabou colidindo com um muro e explodiu por volta das 9h03.
O acidente é considerado o mais mortal da história da aviação sul-coreana. Especialistas afirmam que, embora o piloto tenha realizado um pouso de emergência habilidoso, a presença do muro contribuiu significativamente para a tragédia. O ex-piloto Kim Kwang-il destacou que a estrutura deveria ter sido evitada em áreas de pouso de emergência.
“A maioria dos passageiros morreu devido a essa obstrução, o que é devastador”, afirmou Kim. “Embora o impacto com a ave tenha sido a principal causa do acidente, a presença desse muro transformou isso em uma tragédia.”
O vice-ministro de Aviação Civil, Joo Jong-wan, explicou que o muro era um localizador, uma estrutura de ajuda à navegação, e que sua localização será investigada a fundo. Ele também ressaltou que o aeroporto de Muan tem adotado medidas para minimizar a presença de aves, que são comuns na região.
Choi Chang-yong, professor da Universidade Nacional de Seul, afirmou que a alta taxa de colisões com aves em Muan, a maior entre os aeroportos sul-coreanos, deve ser uma preocupação constante. “As aves não conseguiram reagir a tempo devido à velocidade dos aviões”, explicou.
Após o acidente, a Jeju Air anunciou que iniciará uma inspeção em sua frota de Boeing 737-800, que representa a maior parte de seus aviões. A Coreia do Sul também anunciou uma investigação abrangente sobre a segurança de todos os 101 aviões desse modelo operados no país.
O acidente gerou uma onda de questionamentos sobre a segurança da aviação na Coreia do Sul e a eficácia das medidas de prevenção de colisões com aves. Especialistas alertam que a falta de pessoal nas equipes de prevenção pode ter contribuído para a tragédia, uma vez que, no dia do acidente, apenas uma pessoa estava trabalhando para evitar colisões com aves.
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