O ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, classifica a medida como um 'evento histórico' e um passo para a segurança nacional.
01 de Janeiro de 2025 às 11h18

Ucrânia interrompe fornecimento de gás russo para a Europa após expiração de acordo

O ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, classifica a medida como um 'evento histórico' e um passo para a segurança nacional.

A Ucrânia deu um passo significativo ao interromper, nesta quarta-feira (1º de janeiro), o fornecimento de gás natural russo que transitava por seu território em direção à Europa. A decisão foi tomada após a expiração de um acordo de trânsito que vigorou por quase três anos, desde sua assinatura em dezembro de 2019.

O ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, confirmou a interrupção, enfatizando que a medida foi tomada ‘no interesse da segurança nacional’. Em uma declaração, Halushchenko afirmou: “Paramos o transporte do gás russo. Este é um evento histórico. A Rússia está perdendo mercados e incorrerá em perdas financeiras.”

A decisão da Ucrânia não foi uma surpresa, já que autoridades do país haviam sinalizado a intenção de encerrar o acordo, especialmente em um contexto de crescente tensão com a Rússia, que culminou em um conflito armado em larga escala. O governo ucraniano busca, com essa ação, reduzir a dependência de receitas provenientes de Moscou, que, segundo analistas, financiam a guerra.

O acordo que expirou permitia a passagem de aproximadamente 40 bilhões de metros cúbicos de gás russo anualmente através das infraestruturas ucranianas. Com o fim do contrato, a Gazprom, gigante do setor energético russo, confirmou que não possui mais condições técnicas ou legais para continuar o transporte do gás pela Ucrânia.

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Além disso, a interrupção do fornecimento de gás russo representa uma mudança significativa para a Europa, que já havia iniciado um processo de redução das importações do combustível proveniente da Rússia. O Ministério da Energia da Ucrânia destacou que a infraestrutura de transporte de gás foi adequadamente preparada antes do vencimento do acordo, garantindo a continuidade do abastecimento para os consumidores ucranianos.

Embora a Ucrânia enfrente a perda de cerca de 800 milhões de dólares anuais em taxas de transporte, a Gazprom também deverá lidar com um impacto financeiro significativo, estimado em cerca de 5 bilhões de dólares em vendas de gás. A Europa, por sua vez, está se adaptando a essa nova realidade, com alguns países já organizando rotas alternativas de abastecimento.

O fim do acordo de trânsito é visto como um marco na relação entre a Ucrânia e a Rússia, refletindo a determinação de Kiev em se distanciar da dependência energética russa. A medida é parte de uma estratégia mais ampla da Ucrânia para fortalecer sua segurança nacional e reduzir a influência russa na região.

Enquanto isso, a Gazprom e outros países europeus que ainda dependem do gás russo estão buscando alternativas para garantir o abastecimento. A situação continua a evoluir, e as repercussões dessa interrupção serão monitoradas de perto por analistas e autoridades governamentais na Europa.

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