Enquanto alguns aliados de Bolsonaro rechaçam a ideia, outros veem Gusttavo Lima como alternativa viável em 2026.
03 de Janeiro de 2025 às 15h55

Políticos de direita divergem sobre possível candidatura de Gusttavo Lima à presidência

Enquanto alguns aliados de Bolsonaro rechaçam a ideia, outros veem Gusttavo Lima como alternativa viável em 2026.

BRASÍLIA - A possível candidatura do cantor sertanejo Gusttavo Lima à Presidência da República em 2026 gerou uma divisão de opiniões entre políticos de direita. Enquanto alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram a ideia, outros destacaram que o artista pode ser uma opção viável caso Bolsonaro permaneça inelegível.

Nesta quinta-feira, 2, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um vídeo em que comentou a pré-candidatura de Gusttavo Lima. Com um tom irônico, o parlamentar questionou: “Que cachaça é essa que o Gusttavo Lima tomou que agora ele quer virar presidente?” Apesar da brincadeira, Ferreira elogiou a coragem do cantor em considerar uma transição para a política, afirmando que ele “dá a cara a tapa”.

O deputado ainda fez uma projeção humorística sobre um possível futuro governo do sertanejo, dizendo: “Imagina no dia da posse? Embaixador chegou. Se colocar o Leonardo de vice, acabou.”

Em outro vídeo, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) manifestou seu apoio a Gusttavo Lima, afirmando que o Brasil precisa eleger pessoas sem histórico político. “Parabéns, Gusttavo Lima. Quem dera se mais pessoas como você, que não é bandido, que não é ladrão, que nunca precisou de político para viver, entrassem na política”, declarou Azevedo.

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Por outro lado, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) criticou aqueles que menosprezam a iniciativa do cantor. Para Vieira, a pré-candidatura de Gusttavo Lima reflete a escassez de representação política que afeta tanto o cidadão comum quanto o sertanejo milionário. “Erra quem menospreza a fala do Gusttavo Lima sobre uma candidatura presidencial. Erra por não entender que na democracia qualquer um pode ser candidato”, afirmou no X (antigo Twitter).

Aliados próximos de Bolsonaro, como os deputados Capitão Alberto Neto (PL-AM) e José Medeiros (PL-MT), adotaram uma postura diferente, sugerindo que Gusttavo Lima deveria atuar como um “embaixador”, um termo que remete ao seu apelido no meio musical.

Embora ainda não esteja filiado a um partido, Gusttavo Lima revelou em entrevista ao portal Metrópoles que já iniciou diálogos com grupos políticos que compartilham de seus objetivos. O cantor, que foi um dos principais apoiadores de Bolsonaro durante a eleição presidencial de 2022, chegou a visitá-lo no Palácio da Alvorada ao lado de outros artistas sertanejos.

Nos últimos anos, Gusttavo Lima enfrentou investigações relacionadas a contratos milionários com prefeituras e acusações de lavagem de dinheiro por meio de apostas online. Em setembro de 2024, uma ordem de prisão preventiva foi emitida, mas foi revogada antes de ser cumprida. O Ministério Público de Pernambuco, em um parecer emitido em outubro, afirmou não ter encontrado provas de ilegalidade nas operações financeiras do cantor.

A discussão em torno da candidatura de Gusttavo Lima à presidência evidencia a polarização política no Brasil, refletindo a busca por novas vozes e alternativas no cenário eleitoral.

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