Diely da Silva Maia, de 34 anos, foi morta após entrar por engano na comunidade do Fontela; motorista também ficou ferido.
03 de Janeiro de 2025 às 16h25

Adolescente apreendido por morte de turista em favela do Rio de Janeiro

Diely da Silva Maia, de 34 anos, foi morta após entrar por engano na comunidade do Fontela; motorista também ficou ferido.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) do Rio de Janeiro apreendeu, na última sexta-feira, um adolescente de 16 anos, suspeito de ser o autor do disparo que resultou na morte da turista Diely da Silva Maia, de 34 anos. O trágico incidente ocorreu na noite do último sábado, quando o carro de aplicativo em que Diely estava, junto a uma amiga, entrou por engano na comunidade do Fontela, localizada em Vargem Pequena, na Zona Oeste da cidade.

Diely, que havia chegado ao Rio horas antes para comemorar o réveillon, foi atingida por um tiro no pescoço. O motorista do veículo, Anderson Sales Pinheiro, natural de Pernambuco, também ficou ferido nas costas. Ele foi socorrido e liberado do Hospital Municipal Lourenço Jorge algumas horas após o incidente.

As investigações indicam que o adolescente foi encontrado na mesma comunidade onde o crime ocorreu. Após o disparo, ele teria fugido para o Complexo da Penha, onde se abrigou sob a proteção de líderes da facção criminosa que atua na região. A DHC já havia emitido um mandado de busca e apreensão contra o menor.

A comunidade do Fontela é conhecida por ser dominada por traficantes do Comando Vermelho, que impõem regras rigorosas para motoristas que desejam circular pela área. Os criminosos exigem que os motoristas abaixem os vidros, acendam a luz interna e acionem o pisca-alerta ao entrarem na favela, como forma de evitar confrontos com facções rivais.

No momento do crime, o motorista Anderson Sales, que não conhecia a região, tentava acessar a Avenida Benvindo de Novaes e não seguiu as instruções impostas pelo tráfico. Ao perceber que o veículo não estava cumprindo as ordens, o adolescente disparou, atingindo Diely e o motorista.

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Diely da Silva Maia, natural da Bahia, estava no Rio pela segunda vez para passar o réveillon. Ela era gerente contábil e havia solicitado uma corrida por aplicativo na Rua Célio Fernandes dos Santos Silva, no Recreio, pouco após as 22h. O destino da corrida era o bairro da Gávea, na Zona Sul.

O trajeto, guiado pelo GPS, levou o veículo à Rua Caminho do Fontela. Após percorrer cerca de 600 metros, o carro foi alvo dos disparos. O corpo de Diely foi sepultado na Bahia na terça-feira seguinte ao crime.

As investigações da DHC prosseguem para identificar a participação de outros suspeitos no caso. A repercussão da morte de Diely gerou indignação e chamou a atenção para a violência que ainda persiste nas comunidades cariocas, especialmente em áreas dominadas por facções criminosas.

O incidente destaca os riscos enfrentados por motoristas de aplicativo que, muitas vezes, não conhecem as áreas em que atuam e podem se tornar vítimas de situações violentas. A polícia continua a trabalhar para garantir a segurança nas comunidades e investigar a fundo os crimes que ocorrem nessas localidades.

O caso de Diely da Silva Maia é um lembrete trágico da necessidade de medidas mais eficazes para proteger tanto os moradores quanto os visitantes nas áreas afetadas pela violência do tráfico de drogas.

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