Adolescente apreendido por morte de turista em favela do Rio de Janeiro
Diely da Silva Maia, de 34 anos, foi morta após entrar por engano na comunidade do Fontela; motorista também ficou ferido.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) do Rio de Janeiro apreendeu, na última sexta-feira, um adolescente de 16 anos, suspeito de ser o autor do disparo que resultou na morte da turista Diely da Silva Maia, de 34 anos. O trágico incidente ocorreu na noite do último sábado, quando o carro de aplicativo em que Diely estava, junto a uma amiga, entrou por engano na comunidade do Fontela, localizada em Vargem Pequena, na Zona Oeste da cidade.
Diely, que havia chegado ao Rio horas antes para comemorar o réveillon, foi atingida por um tiro no pescoço. O motorista do veículo, Anderson Sales Pinheiro, natural de Pernambuco, também ficou ferido nas costas. Ele foi socorrido e liberado do Hospital Municipal Lourenço Jorge algumas horas após o incidente.
As investigações indicam que o adolescente foi encontrado na mesma comunidade onde o crime ocorreu. Após o disparo, ele teria fugido para o Complexo da Penha, onde se abrigou sob a proteção de líderes da facção criminosa que atua na região. A DHC já havia emitido um mandado de busca e apreensão contra o menor.
A comunidade do Fontela é conhecida por ser dominada por traficantes do Comando Vermelho, que impõem regras rigorosas para motoristas que desejam circular pela área. Os criminosos exigem que os motoristas abaixem os vidros, acendam a luz interna e acionem o pisca-alerta ao entrarem na favela, como forma de evitar confrontos com facções rivais.
No momento do crime, o motorista Anderson Sales, que não conhecia a região, tentava acessar a Avenida Benvindo de Novaes e não seguiu as instruções impostas pelo tráfico. Ao perceber que o veículo não estava cumprindo as ordens, o adolescente disparou, atingindo Diely e o motorista.
Diely da Silva Maia, natural da Bahia, estava no Rio pela segunda vez para passar o réveillon. Ela era gerente contábil e havia solicitado uma corrida por aplicativo na Rua Célio Fernandes dos Santos Silva, no Recreio, pouco após as 22h. O destino da corrida era o bairro da Gávea, na Zona Sul.
O trajeto, guiado pelo GPS, levou o veículo à Rua Caminho do Fontela. Após percorrer cerca de 600 metros, o carro foi alvo dos disparos. O corpo de Diely foi sepultado na Bahia na terça-feira seguinte ao crime.
As investigações da DHC prosseguem para identificar a participação de outros suspeitos no caso. A repercussão da morte de Diely gerou indignação e chamou a atenção para a violência que ainda persiste nas comunidades cariocas, especialmente em áreas dominadas por facções criminosas.
O incidente destaca os riscos enfrentados por motoristas de aplicativo que, muitas vezes, não conhecem as áreas em que atuam e podem se tornar vítimas de situações violentas. A polícia continua a trabalhar para garantir a segurança nas comunidades e investigar a fundo os crimes que ocorrem nessas localidades.
O caso de Diely da Silva Maia é um lembrete trágico da necessidade de medidas mais eficazes para proteger tanto os moradores quanto os visitantes nas áreas afetadas pela violência do tráfico de drogas.
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