2024 é oficialmente o ano mais quente já registrado no Brasil, segundo Inmet
Com média de 25,02°C, 2024 supera recorde anterior e acende alerta sobre mudanças climáticas.
O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente já registrado no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura média alcançou 25,02°C, superando em 0,79°C a média histórica de 24,23°C, que considera o período de 1991 a 2020.
Esse aumento significativo nas temperaturas destaca uma tendência de aquecimento que vem se intensificando ao longo das últimas décadas. O Inmet já havia alertado para a possibilidade de 2024 se tornar o ano mais quente, uma previsão que se confirmou com os dados mais recentes.
Os dados também revelam que 2023, que teve uma média de 24,92°C, estava 0,69°C acima da média histórica, evidenciando que os dois últimos anos foram marcados por temperaturas extremas, em grande parte influenciadas pelo fenômeno climático El Niño, que se apresentou com intensidade forte a muito forte.
De acordo com um comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária, ao qual o Inmet está vinculado, “há uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos”, o que pode estar relacionado às mudanças climáticas globais e a alterações ambientais locais.
O desvio médio de temperatura de 0,79°C em 2024 é considerado uma anomalia quando comparado à série histórica. A meteorologista Andrea Ramos explica que “a anomalia é crucial para entender as variações climáticas, pois indica o quanto a temperatura observada se afasta da média histórica”.
O fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, é um dos principais responsáveis pelo aumento das temperaturas. Em contrapartida, o fenômeno La Niña, que normalmente resfria as águas e altera os padrões climáticos, está previsto para ser menos intenso em 2024, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
No Brasil, as consequências do aumento das temperaturas são amplas e impactam diversos setores, incluindo a agricultura, que depende de condições climáticas favoráveis para as safras. Além disso, a saúde pública pode ser afetada, com um aumento potencial em doenças relacionadas ao calor.
Os cientistas alertam que a continuidade dessa tendência de aquecimento pode trazer desafios significativos para o país, especialmente em um contexto de mudanças climáticas globais. A previsão é de que, sem ações efetivas para mitigar os impactos, os anos seguintes também possam registrar temperaturas elevadas.
Em um cenário global, 2024 já é considerado um dos anos mais quentes da história da humanidade, conforme apontam estudos do observatório Copernicus, da União Europeia. Os pesquisadores afirmam que a temperatura média da superfície em 2024 está 1,54°C acima da média histórica de 1850 a 1900.
Com a confirmação de que novembro de 2024 foi mais um mês de temperaturas extremas, a expectativa é de que os dados finais do ano revelem um recorde absoluto, reforçando a necessidade de ações imediatas para enfrentar as mudanças climáticas.
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