Grupo de 30 pessoas denuncia organização de evento na Ilha da Gigoia por condições insatisfatórias e falta de atendimento.
05 de Janeiro de 2025 às 14h38

Festa de réveillon no Rio é alvo de processo por falta de segurança e superlotação

Grupo de 30 pessoas denuncia organização de evento na Ilha da Gigoia por condições insatisfatórias e falta de atendimento.

Uma festa de réveillon realizada na Ilha da Gigoia, no Rio de Janeiro, está gerando polêmica e pode resultar em um processo judicial. Um grupo de aproximadamente 30 pessoas registrou um boletim de ocorrência, alegando que se sentiu lesado pela organização do evento, que apresentou problemas como superlotação, falta de estrutura e segurança inadequada.

Os participantes, que pagaram entre R$ 300 e R$ 600 pelos ingressos, relataram uma experiência decepcionante. Imagens e vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma cozinha em estado deplorável, com lixo acumulado e restos de comida espalhados pelo chão. Além disso, as bandejas de comida estavam vazias, e houve episódios de brigas na piscina, evidenciando a falta de controle no ambiente.

Um vídeo gravado durante a virada do ano mostra fogos de artifício sendo lançados sob uma lona, o que representa um risco significativo para os presentes. A situação se agravou com a superlotação do local, que, segundo os relatos, comportava apenas 600 pessoas, mas recebeu cerca de 2 mil. A falta de segurança foi um ponto crítico, com apenas seis seguranças para um número tão elevado de participantes.

A festa ocorreu no restaurante “La Ilha”, e os ingressos foram vendidos pelo produtor Bruno Pacheco. Na divulgação do evento, os organizadores prometeram um open bar com diversas opções de bebidas, além de uma variedade de comidas, como coxinhas, mini pizzas e pratos de comida japonesa. No entanto, os frequentadores afirmam que a realidade foi bem diferente, com a escassez de alimentos e bebidas.

A advogada Amayris Azevedo, que estava presente no evento, descreveu a situação caótica ao chegar. “Antes da meia-noite, já não havia água ou refrigerante disponíveis. As filas para conseguir comida eram intermináveis, e os salgadinhos estavam estragados”, relatou. Ela também destacou a ausência de condições básicas de higiene, como água e papel nos banheiros.

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Outro aspecto alarmante foi a falta de atendimento médico. Segundo Azevedo, algumas pessoas passaram mal, mas não havia macas ou bombeiros disponíveis para prestar socorro. “As pessoas estavam no chão, aguardando atendimento, e não havia uma área destinada para crianças, como prometido”, completou.

A advogada Carolina Fernandes, que representa o grupo de denunciantes, afirmou que tanto o restaurante quanto o produtor do evento serão acionados judicialmente. Ela explicou que a situação pode configurar crimes como estelionato, devido ao descumprimento das promessas feitas aos consumidores.

Além disso, a equipe de advocacia pretende responsabilizar os organizadores por expor os participantes a riscos à saúde, devido à alimentação de má qualidade e à falta de segurança. Caso seja comprovada a intoxicação alimentar, os organizadores também poderão ser processados por lesão corporal.

“No âmbito civil, além de solicitar a devolução integral dos valores pagos, vamos requerer indenização por danos morais e materiais, considerando não apenas os prejuízos financeiros, mas também o abalo emocional e os riscos à saúde enfrentados pelos participantes”, afirmou Carolina.

A situação está sendo investigada pela 16ª DP (Barra da Tijuca), e a Polícia Civil já iniciou o processo de coleta de depoimentos dos denunciantes. O PROCON-RJ também foi acionado para apurar as irregularidades na organização do evento.

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