O trágico acidente ocorreu em Porto dos Gaúchos, onde a serpente não sobreviveu ao impacto.
06 de Janeiro de 2025 às 22h04

Sucuri-verde atropelada em rodovia de MT expeliu 40 filhotes; vídeo mostra o ocorrido

O trágico acidente ocorreu em Porto dos Gaúchos, onde a serpente não sobreviveu ao impacto.

Uma sucuri-verde (Eunectes murinus) de cerca de cinco metros de comprimento foi encontrada morta após ser atropelada na rodovia MT-338, em Porto dos Gaúchos, município localizado a 644 km de Cuiabá, no estado de Mato Grosso, nesta segunda-feira (6). A serpente estava grávida e, em decorrência do impacto, expulsou aproximadamente 40 filhotes, que também não sobreviveram.

O incidente foi registrado em vídeo por Ederson Negri Antonioli, um youtuber e pescador que passava pelo local. As imagens, que rapidamente se tornaram virais nas redes sociais, mostram a sucuri no meio da estrada, cercada pelos filhotes já sem vida. A cena chocante gerou discussões sobre a preservação da fauna e os riscos que animais selvagens enfrentam em áreas de rodovias.

Assista ao vídeo:

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De acordo com o professor de biologia Alessandro Santana Reis, os atropelamentos de animais selvagens têm se tornado cada vez mais frequentes devido à ocupação desordenada das áreas urbanas e rurais. “Muitos animais, como veados e répteis, acabam invadindo rodovias em busca de alimento, abrigo ou até mesmo calor, e isso aumenta o risco de acidentes”, explica o professor.

No caso das sucuris, o risco é ainda maior. Esses répteis dependem de fontes externas de calor para regular a temperatura corporal, um comportamento conhecido como ectotermia. Por isso, é comum que procurem margens de rodovias asfaltadas, que acumulam calor ao longo do dia. Esse hábito, no entanto, os torna extremamente vulneráveis ao atropelamento.

A sucuri-verde é a maior espécie de cobra do mundo em termos de peso e uma das maiores em comprimento. Esses animais pertencem ao grupo das vivíparas, ou seja, as fêmeas carregam os filhotes em seu ventre até que estejam completamente formados e prontos para nascer.

Segundo Santana, as sucuris podem gerar grandes ninhadas, frequentemente entre 30 e 40 filhotes, dependendo da idade reprodutiva e das condições ambientais. A gestação dura vários meses, e, durante esse período, a fêmea busca ambientes protegidos e fontes regulares de calor para favorecer o desenvolvimento dos embriões.

“No caso específico do atropelamento, a expulsão dos filhotes não é um mecanismo de defesa, mas uma consequência física. O impacto do veículo comprime o corpo da fêmea, causando uma espécie de parto forçado”, esclarece o professor.

O caso da sucuri em Porto dos Gaúchos serve como um alerta para a relação conflituosa entre humanos e a natureza. À medida que as cidades e áreas agrícolas se expandem, os habitats naturais das espécies selvagens são fragmentados, aumentando as interações perigosas com a atividade humana.

As sucuris, que são nativas de regiões tropicais da América do Sul, não são venenosas e utilizam sua força muscular para capturar e esmagar presas, como peixes, aves, mamíferos de médio porte e até jacarés. Após um período de gestação que dura cerca de 6 a 7 meses, nascem de 20 a 40 filhotes, que já são independentes desde o nascimento e começam a caçar sozinhos.

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