Durante cerimônia em Brasília, presidente Lula fez piada com o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
08 de Janeiro de 2025 às 13h13

Lula brinca com Moraes e diz que ninguém vai parar de te chamar de Xandão

Durante cerimônia em Brasília, presidente Lula fez piada com o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma brincadeira com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (8). O evento marcou os dois anos dos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Em seu discurso, Lula, que completou 79 anos, comentou sobre a popularidade do apelido “Xandão”, atribuído a Moraes. “Nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado Xandão. É um apelido que já pegou. E desse apelido você nunca mais vai se libertar, e não adianta ficar nervoso porque ninguém vai parar de te chamar de Xandão”, disse o presidente, arrancando risadas da plateia.

A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades, incluindo ministros do governo e representantes do Congresso Nacional. No entanto, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, e do STF, Luís Roberto Barroso, não compareceram ao evento, enviando representantes em seu lugar.

O vice-presidente do STF, Edson Fachin, também esteve presente e leu uma mensagem de Barroso, que descreveu os eventos de 8 de janeiro como “uma trama que visava o golpe de estado”. Fachin enfatizou a importância da resistência à narrativa de que enfrentar o golpismo seria um ato autoritário.

“Não devemos ter ilusões da narrativa falsa de que enfrentar o golpismo constituiria autoritarismo. É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas com a supressão dos direitos humanos. Não virão tempos fáceis, mas precisamos continuar a resistir”, afirmou Fachin.

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Durante a cerimônia, Lula também assinou um decreto que cria o Prêmio Eunice de Paiva de Defesa da Democracia, destinado a homenagear aqueles que contribuíram para a preservação da democracia no Brasil. O evento foi marcado por discursos que exaltaram a importância da democracia e a necessidade de defender os direitos civis.

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, também se pronunciou, afirmando que o país “não aceita mais o autoritarismo”. Ela destacou a restauração de obras de arte vandalizadas durante os ataques de 8 de janeiro como um símbolo de resistência e memória.

“O que aconteceu na Praça dos Três Poderes precisa estar na memória do país como um alerta de que a democracia deve ser defendida diariamente, não importa o esforço”, disse Janja.

O evento também incluiu a apresentação de obras de arte restauradas, que foram danificadas durante os ataques. Entre as peças, estava um relógio histórico que passou por restauração na Suíça.

Ao final de seu discurso, Lula reafirmou seu compromisso com a democracia, ressaltando que “hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos vivos e a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas”.

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