Ação da Polícia Civil no campus da Fiocruz gerou feridos e prisões, levantando críticas sobre a operação.
08 de Janeiro de 2025 às 15h01

Confronto policial em Manguinhos resulta em 4 mortos e feridos na Fiocruz

Ação da Polícia Civil no campus da Fiocruz gerou feridos e prisões, levantando críticas sobre a operação.

Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (8) resultou em um intenso confronto no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizado em Manguinhos, zona norte da capital fluminense. Durante a ação, ao menos quatro pessoas foram mortas, e uma funcionária da instituição ficou ferida por estilhaços de um vidro atingido por um disparo.

A Fiocruz, responsável pela produção de vacinas e outros imunobiológicos, informou que a funcionária ferida estava no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) no momento do incidente. A instituição relatou que a mulher recebeu atendimento médico e passa bem.

De acordo com a direção da Fiocruz, os policiais civis entraram no campus de forma descaracterizada e sem a devida autorização. Um supervisor de segurança, que prestava serviços para a fundação, foi detido durante a operação, sendo acusado de auxiliar na fuga de criminosos. A Fiocruz, por sua vez, defendeu que o vigilante estava apenas realizando atividades de desocupação e interdição de áreas para garantir a segurança dos trabalhadores e alunos.

A operação, denominada “Operação Torniquete”, tinha como objetivo combater o roubo de cargas na região. Durante a ação, a Polícia Civil informou que houve confronto com criminosos, resultando em mortes e na apreensão de armas e drogas. A Avenida Leopoldo Bulhôes, uma das principais vias do bairro, foi temporariamente interditada devido à operação.

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Em nota, a Fiocruz criticou a abordagem policial, afirmando que a ação foi feita de forma arbitrária, colocando em risco a vida de trabalhadores e alunos. “Toda a ação da Polícia Civil ocorre de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição”, destacou a fundação.

Além da funcionária ferida, o Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar um corpo da região, que, segundo informações, seria de um suspeito. A Polícia Civil não se manifestou sobre as circunstâncias das mortes até o fechamento desta matéria.

Moradores da comunidade de Manguinhos se mobilizaram em protesto contra a operação, que gerou tensão na área. A presença de veículos blindados, conhecidos como caveirões, aumentou a preocupação entre os moradores, que temem pela segurança durante ações policiais.

A situação em Manguinhos é complexa, com um histórico de conflitos entre a polícia e facções criminosas. A atuação da Polícia Civil na região tem sido frequentemente questionada, especialmente em relação ao impacto sobre a população civil e instituições como a Fiocruz, que desempenham um papel crucial na saúde pública.

O desdobramento da operação e suas consequências ainda estão sendo acompanhados, com a expectativa de que as autoridades se pronunciem sobre as críticas levantadas pela Fiocruz e pela comunidade local. A segurança e a proteção dos trabalhadores e alunos da instituição permanecem como uma prioridade nas discussões sobre a atuação policial na região.

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