Lula afirma ser amante da democracia e gera polêmica com fala machista
Durante cerimônia em memória aos atos de 8 de Janeiro, Lula diz que amantes são mais apaixonados que esposas, gerando reações negativas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um discurso realizado nesta quarta-feira (8) durante uma cerimônia que marcou os dois anos dos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, fez uma declaração que rapidamente se tornou polêmica. Ao se descrever como um “amante da democracia”, Lula afirmou que “na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres”.
A fala machista de Lula, que foi feita no Palácio do Planalto, não apenas surpreendeu os presentes como também gerou reações negativas nas redes sociais e entre críticos do governo. O presidente, que estava acompanhado da primeira-dama Janja da Silva, tentou enfatizar seu amor pela democracia, mas sua comparação entre amantes e esposas foi vista como uma gafe machista.
“Eu não sou marido, eu sou amante da democracia. Porque, a maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres. E eu sou amante da democracia porque conheço o valor dela”, disse Lula, em um momento que deveria celebrar a democracia e a união do povo brasileiro.
A primeira-dama, Janja, foi vista fazendo um gesto de reprovação durante a fala do presidente, o que levantou questões sobre a dinâmica do casal e a percepção pública sobre a visão de Lula em relação às mulheres. A situação se torna ainda mais delicada, considerando que Janja tem um histórico de ativismo em prol dos direitos das mulheres.
Durante o evento, Lula também ressaltou a importância da democracia, afirmando que ela é fundamental para garantir oportunidades iguais para todos os cidadãos. “Estamos aqui para dizer que estamos vivos e a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de Janeiro”, acrescentou, referindo-se aos ataques que ocorreram em Brasília.
O discurso de Lula foi parte de uma cerimônia que incluiu a apresentação de 21 obras de arte restauradas, que haviam sido danificadas durante os atos de vandalismo. Entre as obras estavam peças de artistas renomados, como Di Cavalcanti. O presidente destacou que a restauração dessas obras é um símbolo da resiliência da democracia brasileira.
Contudo, a gafe de Lula ofuscou em parte a mensagem central do evento. Críticos e opositores do governo rapidamente aproveitaram a oportunidade para questionar a sensibilidade do presidente em relação a temas de gênero, especialmente em um momento em que discussões sobre igualdade e respeito às mulheres estão em alta na sociedade brasileira.
Além disso, a ausência de líderes de outros poderes no evento, como os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, também foi notada. Justificativas como compromissos pessoais e viagens internacionais foram apresentadas, mas a falta de apoio visível de outras esferas do governo pode ter contribuído para a sensação de isolamento político de Lula.
O evento, que deveria ser um marco de união e celebração da democracia, acabou se tornando um campo de batalha retórica, onde as palavras do presidente foram analisadas sob uma lente crítica. A expectativa agora é como Lula irá lidar com as repercussões de suas declarações e se haverá um reconhecimento da necessidade de uma comunicação mais cuidadosa em relação a temas sensíveis.
Por fim, a fala de Lula levanta discussões sobre a percepção pública de líderes políticos e a importância de uma linguagem que respeite todas as camadas da sociedade. O episódio destaca a necessidade de um diálogo mais inclusivo e respeitoso, especialmente em um país que ainda enfrenta desafios significativos em relação à igualdade de gênero.
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