Milei realiza primeira privatização ao transferir estatal Impsa para grupo dos EUA
O presidente argentino Javier Milei privatiza a metalúrgica Impsa, concedendo controle à ARC Energy, empresa americana.
O governo do presidente argentino Javier Milei anunciou, na quarta-feira, 8, a primeira privatização de sua gestão, transferindo a participação majoritária da metalúrgica Impsa para a ARC Energy, uma empresa dos Estados Unidos. O presidente da ARC Energy, Jason Arceneaux, é um venezuelano conhecido por seu apoio à campanha de Donald Trump.
O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou em sua conta no X que “privatizamos a Impsa”, detalhando a operação que marca um passo significativo na política econômica do novo governo.
De acordo com o ministério, a decisão de privatizar a estatal está alinhada com o objetivo de alcançar um “débito zero” e evitar a alocação de recursos federais para empresas privadas. A expectativa é que a ARC Energy consiga manter as operações da Impsa de forma saudável dentro de um modelo de economia de mercado.
A Província de Mendoza, que possui participação acionária na Impsa, manifestou apoio à privatização. Fundada em 1907 por Enrique Pescarmona, a Impsa é uma empresa centenária que começou sua trajetória fabricando peças de reposição em ferro fundido, equipamentos para a indústria vinícola e comportas para canais de irrigação.
Importância da Impsa
Com o passar dos anos, a Impsa se consolidou como uma das principais empresas argentinas, atuando em projetos hidrelétricos, parques eólicos, energia nuclear e fornecendo equipamentos para as indústrias de petróleo e gás. A empresa conta atualmente com cerca de 660 profissionais.
Quando Milei lançou o processo de concorrência para a venda da maioria das ações da Impsa, a ARC Energy foi a única empresa a se candidatar. As ações da estatal eram distribuídas entre o Estado argentino (63,7%), a Província de Mendoza (21,2%), um fundo de credores (9,78%) e a família Pescarmona (5%).
A ARC Energy realizará um pagamento imediato de US$ 7 milhões, que representa 25% da proposta total de capitalização, estimada em US$ 27 milhões. O passivo da Impsa é avaliado em aproximadamente US$ 570 milhões, com os principais credores sendo o Banco Nación, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Investimento e Comércio Exterior (BICE) e a empresa chilena Grupo Moneda.
Essa privatização representa um marco na política econômica de Javier Milei, que busca implementar um modelo de gestão mais eficiente e menos dependente do Estado.
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