Empresário de Claudia Leitte confirma bloqueio de Ivete Sangalo e nega briga
Após rumores sobre uma suposta discussão entre as cantoras, Fábio Almeida, empresário de Claudia, esclarece a situação e revela o bloqueio.
A recente decisão de Claudia Leitte, de 44 anos, de bloquear Ivete Sangalo, de 52 anos, nas redes sociais, gerou uma série de especulações sobre um possível desentendimento entre as duas cantoras baianas. A situação ganhou destaque após a informação de que ambas deixaram de se seguir nas plataformas digitais. No entanto, Fábio Almeida, empresário de Claudia, desmentiu os boatos de uma discussão e esclareceu os motivos por trás do bloqueio.
“Não houve essa ligação. Não houve nenhum contato telefônico entre as duas. Tudo se deu muito no âmbito do desenrolar dessas questões relacionadas ao tipo de movimento que Ivete fez. Como isso vem crescendo, foi uma opção de Claudia bloquear Ivete”, afirmou Fábio em entrevista ao portal BNews.
O empresário, que já foi sócio de Ivete por 12 anos, também comentou sobre a narrativa que circula na mídia. “Defendo os interesses de Claudia, mas nunca aconteceu isso [a ligação]. A narrativa está como se Ivete fosse a dona da palavra que bate o telefone na cara dos outros”, completou Almeida.
O desentendimento entre as duas artistas teve início após Ivete curtir uma publicação do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. Na postagem, Tourinho fez críticas indiretas a Claudia, que é evangélica, por ter alterado a letra da música “Caranguejo” para não mencionar Iemanjá, a rainha das águas nas religiões afro-brasileiras.
No vídeo que viralizou no final de 2024, Claudia apresentou uma versão modificada do trecho que originalmente dizia “Saudando a rainha Iemanjá”, substituindo por “Saudando meu rei Yeshua”, referência a Jesus em hebraico. Essa mudança gerou controvérsias, sendo interpretada por muitos como uma falta de respeito às tradições afro-brasileiras.
Tourinho, em sua publicação, destacou que a palavra “axé” e a origem do ritmo musical têm raízes na cultura africana e são fundamentais nos cultos de religiões de matriz africana. A repercussão da postagem foi imediata, e Ivete Sangalo, ao curti-la, reforçou a percepção de um descontentamento com a atitude de Claudia.
Além disso, a situação levou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) a abrir uma investigação para apurar se a alteração na letra da canção por parte de Claudia poderia ser considerada uma prática de racismo religioso.
O MP-BA convocou uma audiência pública para o dia 27 de janeiro, às 14h, em Salvador, para discutir a denúncia contra a cantora. A polêmica gira em torno da substituição do nome de Iemanjá pelo termo Yeshua, que é visto como um desrespeito às tradições afro-brasileiras.
Apesar das críticas, Claudia Leitte se manifestou, afirmando que a discussão sobre racismo deve ser tratada com seriedade e não de forma superficial. A artista já havia enfrentado críticas anteriormente por mudanças em suas letras e reiterou sua posição.
Enquanto isso, figuras públicas como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a cantora Daniela Mercury também se pronunciaram sobre a necessidade de respeito às religiões de matriz africana, sem citar diretamente Claudia. Durante um evento em Salvador, elas enfatizaram a importância de preservar as tradições culturais.
Por outro lado, Carlinhos Brown, renomado músico e defensor da cultura afro-brasileira, saiu em defesa de Claudia, afirmando que ela não é uma pessoa racista e que a interpretação da mudança na letra deveria ser feita com mais compreensão, lembrando que Yeshua pode ser associado a Oxalá, figura central no candomblé.
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