Piloto Paulo Seguetto é sepultado em Ribeirão Preto após acidente em Ubatuba
Enterro do piloto ocorreu no Cemitério Parque dos Girassóis, com homenagens de familiares e amigos.
O corpo do piloto Paulo Seguetto, de 55 anos, foi sepultado na tarde desta sexta-feira (10) no Cemitério Parque dos Girassóis, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele faleceu em um trágico acidente aéreo ocorrido na manhã de quinta-feira (9) na Praia do Cruzeiro, em Ubatuba, litoral paulista.
O sepultamento aconteceu por volta das 14h, após um velório que teve início às 7h, onde amigos e familiares se reuniram para prestar suas últimas homenagens. Maria Auxiliadora Seguetto, irmã mais velha do piloto, emocionou-se ao falar sobre a vida do irmão, ressaltando seu caráter heroico.
“Ele era o meu filhão mais velho. Eu que ajudei a criar ele, então eu sei assim que ele não foi só herói ontem, ele foi herói a vida inteira”, declarou Maria, visivelmente abalada.
Paulo Seguetto atuou como copiloto na Passaredo, atual Voepass, e estava afastado da companhia há 11 anos. Com uma carreira de 30 anos na aviação, ele sempre foi apaixonado por voar. Maria também mencionou que a família enfrenta um momento difícil, tendo perdido o pai há cerca de seis meses.
“O meu irmão amava o que fazia, muito, muito, muito. Esses tempos para trás, que caiu um avião, eu corri ligar para ele, porque me deu um aperto no coração e ele falou: 'Minha irmã, se eu morrer voando, eu vou morrer feliz. Não precisa ficar preocupada comigo não'. Daí, ontem, eu chorei muito, porque ele vai fazer uma falta enorme”, destacou.
O acidente ocorreu quando o avião, um Cessna modelo Citation 525, ultrapassou a pista de pouso e explodiu na praia, resultando na morte de Seguetto, que ficou preso nas ferragens. A bordo da aeronave estavam também a empresária Mireylle Fries, de 41 anos, seu marido Bruno Almeida Souza, de 48, e seus dois filhos, de 6 e 4 anos, todos sobreviventes, mas com ferimentos.
Os sobreviventes foram inicialmente atendidos na Santa Casa de Ubatuba e, posteriormente, transferidos para o Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba. Mireylle, que passou por cirurgia, apresenta um quadro de saúde grave, enquanto os demais estão estáveis.
O acidente gerou comoção não apenas na família de Seguetto, mas também entre os familiares das vítimas que estavam a bordo. Crystopher Fries, irmão de Mireylle, expressou a tristeza da família pela perda do piloto, que prestava serviços à família há mais de 20 anos.
“Estamos abalados pelo piloto que não sobreviveu também. Ele era piloto da família há mais de 20 anos. Vamos seguir da melhor forma possível”, afirmou Crystopher.
As investigações sobre as causas do acidente estão sendo conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A aeronave, que partiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, enfrentou condições meteorológicas adversas no momento da queda.
De acordo com a Rede Voa, concessionária do Aeroporto Estadual de Ubatuba, as condições climáticas eram ruins, com chuva e pista molhada, o que pode ter contribuído para o acidente. A investigação buscará esclarecer todos os fatores que levaram à tragédia.
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