As exportações da China alcançaram um novo patamar, superando US$ 3,6 trilhões, impulsionadas por uma demanda externa robusta.
13 de Janeiro de 2025 às 05h43

China registra superávit comercial recorde de quase US$ 1 trilhão em 2024

As exportações da China alcançaram um novo patamar, superando US$ 3,6 trilhões, impulsionadas por uma demanda externa robusta.

A China alcançou um superávit comercial sem precedentes em 2024, atingindo quase US$ 1 trilhão, conforme revelado por dados oficiais divulgados na última segunda-feira. Este resultado é resultado de um aumento significativo nas exportações, que totalizaram cerca de US$ 3,6 trilhões, representando um crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior.

O crescimento das exportações foi impulsionado por uma demanda externa robusta, enquanto a economia interna da China enfrenta desafios, como a desaceleração do consumo e uma crise persistente no setor imobiliário. As exportações em dezembro de 2024, por exemplo, subiram 10,7% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, destacando-se como um dos melhores meses da história comercial do país.

A emissora estatal CCTV informou que as importações também apresentaram um leve aumento, totalizando 18,39 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 2,59 trilhões), o que representa um crescimento de 2,3% em relação a 2023. O comércio exterior da China, portanto, registrou um aumento total de 5% no ano, alcançando 43,85 trilhões de yuans (cerca de US$ 5,84 trilhões).

O cenário econômico da China se torna ainda mais complexo com a iminente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Trump já sinalizou a intenção de aumentar drasticamente as tarifas sobre produtos chineses, o que pode impactar diretamente as exportações do país asiático. Economistas alertam que a antecipação de uma nova guerra comercial pode ter levado as empresas a acelerar suas exportações antes da implementação de possíveis tarifas.

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“As empresas podem ter se apressado a enviar suas mercadorias para evitar tarifas mais altas no futuro”, afirmou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. Ele ressaltou que a atenção agora se volta para as políticas que serão adotadas em Washington e as reações que isso poderá gerar em Pequim.

As exportações para os Estados Unidos, por sua vez, atingiram o maior nível em mais de dois anos, com um total de quase US$ 49 bilhões em dezembro, somando US$ 525 bilhões ao longo do ano. Apesar do volume recorde de mercadorias enviadas, os exportadores chineses têm recebido menos por seus produtos, uma vez que os preços das exportações vêm caindo devido à deflação interna.

O porto de Xangai, um dos principais centros de exportação do país, processou 51,5 milhões de contêineres de 20 pés em 2024, um aumento de quase 5% em relação ao ano anterior e 19% em comparação a 2019, antes da pandemia. Este crescimento no volume de comércio é um indicativo da resiliência das exportações chinesas, mesmo em um cenário de dificuldades econômicas internas.

O superávit comercial da China, quando ajustado pela inflação, é considerado um dos mais altos do mundo nas últimas décadas, superando os de potências tradicionais como Alemanha e Japão. A capacidade de manufatura da China continua a dominar o cenário global, com o país se posicionando como o maior exportador de bens do mundo.

Com a economia global em constante mudança e as tensões comerciais se intensificando, a China enfrenta o desafio de manter seu crescimento econômico, que depende cada vez mais das exportações. A situação se torna ainda mais delicada com a expectativa de novas tarifas e medidas protecionistas por parte dos Estados Unidos.

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