Tribunal determina reinício do processo contra a ex-candidata presidencial por lavagem de dinheiro, citando inconsistências nas acusações.
13 de Janeiro de 2025 às 21h40

Justiça do Peru anula julgamento de Keiko Fujimori no caso Odebrecht por falhas processuais

Tribunal determina reinício do processo contra a ex-candidata presidencial por lavagem de dinheiro, citando inconsistências nas acusações.

Um tribunal de justiça do Peru decidiu, nesta segunda-feira (13), anular o julgamento por lavagem de dinheiro contra Keiko Fujimori, ex-candidata presidencial e filha do ex-presidente Alberto Fujimori, no contexto do escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht. A decisão foi tomada devido a falhas nas acusações apresentadas pela promotoria, que resultaram na ordem de reinício do processo.

O julgamento, que envolvia mais de 40 réus ligados ao partido Força Popular, liderado por Fujimori, teve início em 1º de julho de 2024 e gerou grande expectativa na mídia. O juiz Max Vengoa, ao anunciar a decisão, destacou que “conduzir um julgamento com uma acusação deficiente abre caminho para a arbitrariedade”.

De acordo com o Terceiro Tribunal Penal Colegiado Nacional, a promotoria apresentou inconsistências e falta de objetividade nas acusações contra os réus. Para Keiko Fujimori, a promotoria havia solicitado uma pena de 30 anos e 10 meses de prisão, considerando a gravidade das acusações.

A anulação do julgamento se baseou em uma recente decisão do Tribunal Constitucional (TC), que já havia invalidado a acusação contra José Chlimper, ex-secretário-geral do Força Popular e coacusado de Fujimori. O TC determinou que o caso retornasse a uma fase intermediária, conhecida como controle de acusação, onde um juiz deve verificar se as acusações atendem aos requisitos legais para prosseguir com o julgamento oral.

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Se a contestação da promotoria não for aceita, será necessário revisar as acusações e apresentar uma nova denúncia. Keiko Fujimori, que já concorreu à presidência do Peru três vezes, é acusada de ter recebido ilegalmente 1,2 milhão de dólares da Odebrecht para financiar suas campanhas eleitorais em 2011 e 2016. Desde o início do processo, ela sempre defendeu sua inocência.

O Ministério Público a acusa de lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução à justiça e declaração falsa em procedimento administrativo. Além disso, o procurador solicitou que Fujimori fosse inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, o que a impediria de concorrer nas eleições presidenciais de 2026.

Embora as contribuições de empresas estrangeiras para campanhas políticas tenham sido permitidas em 2011 e 2016, a promotoria argumenta que Fujimori não declarou o recebimento dos valores da Odebrecht. A defesa da ex-candidata sustenta que o dinheiro em questão é de origem lícita e, portanto, “não se trata de lavagem de dinheiro”, conforme afirmou sua advogada, Giuliana Loza.

O desfecho deste caso continua a ser acompanhado de perto pela opinião pública e pela mídia, dada a relevância política e social que envolve as figuras e os partidos em questão. A expectativa é que o reinício do processo traga novos desdobramentos e esclarecimentos sobre as acusações que pesam sobre Keiko Fujimori e seus coacusados.

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