Polícia Civil e MP realizam operação contra quadrilha de anabolizantes clandestinos
Grupo fabricava e vendia substâncias perigosas, utilizando repelentes de insetos em suas fórmulas.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em colaboração com o Ministério Público do Estado, desencadeou nesta terça-feira uma operação de grande escala para desmantelar uma quadrilha especializada na fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos. A ação, denominada *Operação Kairos*, visa prender os responsáveis pela produção e distribuição de substâncias que não apenas eram ilegais, mas também continham componentes tóxicos, como repelentes de insetos, que representam sérios riscos à saúde humana.
As investigações, que começaram em junho de 2024, foram impulsionadas por uma parceria com os Correios, que permitiu aos investigadores identificar um fluxo significativo de remessas de anabolizantes para diversos estados brasileiros. Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão em locais estratégicos, incluindo Niterói, São Gonçalo e Brasília.
De acordo com as autoridades, a quadrilha movimentou mais de R$ 82 milhões durante o período de investigações, com um prejuízo estimado de mais de R$ 500 mil ao grupo criminoso devido às apreensões realizadas. Até o momento, foram confiscadas mais de duas mil substâncias ilícitas, que estavam sendo enviadas para clientes em 26 estados do Brasil.
Os investigadores identificaram que o grupo operava sob várias marcas, incluindo Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos. Para aumentar suas vendas, a quadrilha patrocinava eventos de fisiculturismo e contratava influenciadores digitais, que recebiam até R$ 10 mil mensais para promover os produtos em suas redes sociais.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos e a retirada do ar dos sites que comercializavam os anabolizantes. A operação conta com o apoio da Coordenação de Repressão às Drogas (CORD) da Polícia Civil do Distrito Federal, que está colaborando na execução dos mandados.
O delegado Luiz Henrique Pereira, titular da 76ª DP (Niterói), destacou que a operação é apenas a primeira fase de uma investigação mais ampla. “Estamos apenas começando a desmantelar essa rede. A próxima fase irá focar na identificação de revendedores e influenciadores que ajudaram a promover essas substâncias”, afirmou.
As investigações continuam em andamento, com o objetivo de desarticular completamente a organização criminosa e responsabilizar todos os envolvidos. A Polícia Civil alerta para os riscos associados ao uso de anabolizantes fabricados de forma clandestina, que não possuem qualquer tipo de controle sanitário e podem causar danos irreparáveis à saúde dos consumidores.
As autoridades enfatizam a importância de denunciar práticas ilegais e reforçam que a segurança da população é prioridade nas ações de combate ao crime organizado.
Veja também: