EUA proíbem corante vermelho n° 3 em alimentos e medicamentos devido a riscos de câncer
A FDA revoga autorização do corante sintético, conhecido por causar câncer em animais, a partir de 2027.
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) anunciou, nesta quarta-feira (15), a proibição do uso do corante vermelho n° 3, também conhecido como eritrosina, em alimentos e medicamentos ingeridos. A decisão é considerada uma vitória significativa para grupos de defesa do consumidor e ocorre mais de 30 anos após a proibição do corante em cosméticos, devido a evidências de que ele pode causar câncer em animais.
O corante, que é derivado do petróleo e utilizado para dar uma coloração vibrante a produtos como doces, cereais e bebidas, foi encontrado em aproximadamente 3.000 itens alimentícios nos Estados Unidos, segundo dados do Environmental Working Group (EWG). A FDA informou que os fabricantes terão até 15 de janeiro de 2027 para reformular seus produtos, enquanto os fabricantes de medicamentos terão até 18 de janeiro de 2028.
“A FDA está revogando a autorização para o uso do Red 3 em alimentos e medicamentos ingeridos”, declarou Jim Jones, comissário adjunto da FDA para alimentos humanos. Ele destacou que estudos mostraram que o corante causa câncer em ratos machos expostos a altas doses, embora a agência tenha enfatizado que o mesmo efeito não ocorre em humanos.
A decisão da FDA segue uma petição apresentada em 2022 por várias organizações de saúde e defesa do consumidor, que argumentaram que o corante representa um risco inaceitável à saúde pública. O corante vermelho n° 3 já havia sido banido em cosméticos desde 1990, mas continuou a ser utilizado em alimentos, o que gerou críticas sobre a inconsistência nas regulamentações.
“É inaceitável que o Red 3 tenha sido permitido em alimentos enquanto era proibido em cosméticos. Essa decisão é um passo positivo em direção à proteção da saúde dos consumidores”, afirmou Dr. Peter Lurie, presidente do Center for Science in the Public Interest, que liderou a campanha para a proibição do corante.
Além dos riscos de câncer, há preocupações sobre os efeitos do corante na saúde comportamental de crianças. A FDA já havia revisado a relação entre corantes artificiais e hiperatividade, mas não encontrou evidências suficientes para estabelecer uma ligação causal. No entanto, a pressão por regulamentações mais rigorosas tem crescido, especialmente em comparação com as normas da União Europeia, onde o uso do Red 3 é severamente restrito.
Com a nova regulamentação, espera-se que a indústria alimentícia busque alternativas mais seguras para substituir o corante vermelho n° 3. Algumas empresas já começaram a reformular seus produtos, enquanto outras aguardam as novas diretrizes da FDA.
A decisão da FDA também reflete uma mudança na percepção pública sobre a segurança dos aditivos alimentares. Grupos de defesa do consumidor têm pressionado por maior transparência e regulamentações mais rigorosas, argumentando que os consumidores merecem produtos alimentícios livres de substâncias potencialmente perigosas.
O corante vermelho n° 3 é apenas um dos muitos aditivos que estão sendo reavaliados por agências reguladoras em todo o mundo. À medida que mais informações sobre os riscos à saúde se tornam disponíveis, é provável que outras substâncias também enfrentem um escrutínio semelhante.
A proibição do corante vermelho n° 3 nos Estados Unidos é um reflexo das crescentes preocupações sobre a segurança alimentar e a necessidade de proteger a saúde pública. A FDA agora se concentra em garantir que os produtos alimentícios sejam seguros para o consumo, alinhando-se às expectativas dos consumidores e às normas internacionais.
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