Justiça determina interdição do Camelódromo da Uruguaiana por 30 dias após incêndio
Decisão do Tribunal atende a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro para garantir segurança
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta quarta-feira (15), interditar o Camelódromo da Uruguaiana, localizado no Centro do Rio, por um período mínimo de 30 dias. A medida foi tomada após um incêndio que destruiu parte das instalações do local no último domingo, 12 de janeiro.
A decisão foi proferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública e atende a um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que expressou preocupações sobre a segurança do espaço. O juiz Daniel Calafate Brito ressaltou a necessidade de adequações nas instalações para minimizar os riscos de novos incêndios, adequando-se às normas de prevenção e controle de fogo.
O incêndio, que começou por volta das 10h, atingiu principalmente os quiosques localizados no cruzamento da Rua dos Andradas com a Rua Senhor dos Passos, próximo à entrada da estação de metrô Uruguaiana. Mais de 60 bombeiros de dez quartéis participaram do combate às chamas, que foram controladas em cerca de 20 minutos. Apesar da gravidade do incidente, não houve feridos.
O MPRJ já havia solicitado a interdição do Camelódromo anteriormente, mas as ações foram indeferidas em 2023 e 2024, sob a justificativa de que providências estavam sendo tomadas pelas autoridades competentes. No entanto, a destruição causada pelo incêndio evidenciou a falta de adequações necessárias, levando à nova decisão judicial.
Com a interdição, a Justiça estabeleceu uma multa diária de R$ 500 mil para a Associação dos Comerciantes e Ambulantes do Centro da Cidade (ACAC-RJ) e a Associação dos Comerciantes do Mercado Popular da Uruguaiana (AMPU) em caso de descumprimento da ordem. Essa medida visa garantir que as reformas necessárias sejam realizadas antes da reabertura do espaço.
A Prefeitura do Rio já iniciou a remoção dos entulhos e a demolição dos boxes destruídos pelo incêndio. A previsão inicial era que os comerciantes afetados pudessem retornar ao trabalho em breve, mas a decisão judicial impede essa retomada por pelo menos 30 dias.
O Camelódromo da Uruguaiana, que abriga 1.693 boxes, enfrenta um histórico de problemas relacionados à segurança e à desordem urbana. A interdição é vista como uma medida necessária para proteger a integridade física dos frequentadores e trabalhadores do local, além de evitar riscos à segurança pública.
O Ministério Público e as autoridades competentes continuarão monitorando a situação para garantir que as adequações sejam feitas e que o espaço possa operar de forma segura no futuro.
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