‘Talvez eu tenha uma amante lá’, diz Bolsonaro sobre estadia na Embaixada da Hungria
Ex-presidente ironiza sobre motivo de sua hospedagem na embaixada, enquanto era alvo de investigação da PF em 2024.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma declaração polêmica ao ser questionado sobre sua estadia na Embaixada da Hungria em Brasília, onde permaneceu por dois dias em fevereiro de 2024. Durante uma entrevista ao New York Times, ele ironizou, afirmando: “Talvez eu tenha uma amante lá”. A frase provocativa gerou repercussão nas redes sociais e entre analistas políticos.
Bolsonaro estava em meio a uma operação da Polícia Federal que resultou na apreensão de seu passaporte e na prisão de dois de seus ex-assessores. A visita à embaixada ocorreu em um contexto tenso, onde o ex-presidente se viu cercado por investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Ao ser indagado sobre o motivo de ter dormido na embaixada, Bolsonaro alegou que a decisão foi motivada por questões de “fuso horário” relacionadas a uma conversa que estava tendo, mas não revelou a identidade da pessoa. Ele também insinuou que poderia ter se hospedado na embaixada devido a uma possível briga com sua esposa, Michelle Bolsonaro.
“É um segredo. Talvez um dia você descubra”, disse o ex-presidente, mantendo o mistério sobre sua estadia. A declaração foi recebida com ceticismo e curiosidade, levando a especulações sobre suas verdadeiras intenções ao buscar abrigo em uma embaixada estrangeira.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, é um aliado político de Bolsonaro e seu governo é conhecido por posições de extrema direita. A situação gerou comparações com possíveis pedidos de asilo político, embora Bolsonaro tenha negado essa intenção, afirmando que não cometeu crime algum ao se abrigar na embaixada.
“Se quisessem, poderiam ter me prendido durante a busca. Qualquer coisa que eu faça é uma tentativa de me esconder para eles. Não foi refúgio ou asilo”, declarou Bolsonaro, tentando desviar as acusações de que estava buscando proteção em território húngaro.
Além de suas declarações sobre a embaixada, Bolsonaro também comentou sobre sua relação com outros países, mencionando que é amigo de Israel e que se dá bem com nações do mundo árabe. Essa afirmação foi feita em um contexto de questionamentos sobre sua política externa e alianças internacionais.
O vereador Carlos Bolsonaro, que acompanhava o pai durante a entrevista, foi interrompido por um advogado que pediu para que a conversa seguisse em off, evidenciando a tensão que permeava o encontro com a imprensa.
Em meio a toda a controvérsia, a declaração de Bolsonaro sobre uma possível amante na embaixada da Hungria continua a gerar discussões e especulações sobre sua vida pessoal e suas estratégias políticas. A situação revela não apenas os desafios que o ex-presidente enfrenta em meio a investigações, mas também sua habilidade em manter o foco da atenção pública em suas declarações provocativas.
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