Destroços da Starship caíram no Atlântico, impactando voos no Golfo do México e os planos do bilionário Elon Musk.
17 de Janeiro de 2025 às 20h57

Aviões comerciais alteram rotas após explosão da nave Starship da SpaceX

Destroços da Starship caíram no Atlântico, impactando voos no Golfo do México e os planos do bilionário Elon Musk.

A espaçonave Starship, da SpaceX, explodiu no espaço poucos minutos após seu lançamento no Texas, na quinta-feira, 16 de janeiro, forçando companhias aéreas a alterar suas rotas sobre o Golfo do México para evitar colisões com os destroços. O incidente resultou em atrasos significativos em diversos voos comerciais.

A SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, havia conseguido capturar com sucesso o estágio propulsor de seu foguete durante o retorno à Terra, utilizando braços mecânicos instalados na torre de lançamento. Essa manobra, realizada pela segunda vez desde outubro, foi considerada um avanço tecnológico. No entanto, o compartimento superior da nave explodiu, e os fragmentos caíram sobre o Atlântico, levando a SpaceX a confirmar uma “desmontagem rápida não programada”, um eufemismo para uma explosão.

Os destroços luminosos foram avistados a longa distância, e Musk compartilhou vídeos do evento em sua conta no X, afirmando que a causa preliminar do acidente foi um vazamento de oxigênio e combustível. Ele comentou: “O sucesso é incerto, mas o entretenimento é garantido!”

A Starship não tinha tripulação a bordo e este foi o sétimo teste da nave desde 2023, parte dos esforços de Musk para desenvolver um foguete que possa transportar humanos e cargas para Marte, além de viabilizar o lançamento de mais satélites em órbita terrestre.

Impacto no tráfego aéreo

Dezenas de voos comerciais foram desviados para outros aeroportos ou tiveram suas rotas alteradas em resposta à explosão, conforme informações do site de rastreamento de voos FlightRadar24. Aeroportos em Miami e Fort Lauderdale, na Flórida, também registraram atrasos.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, responsável pela regulamentação das atividades de lançamento privado, informou que reduziu a velocidade e desviou os aviões da área onde os destroços estavam caindo. Apesar disso, as operações foram normalizadas em poucos minutos.

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A FAA anunciou que abrirá uma investigação sobre a Starship para determinar se algum dos destroços caiu em áreas povoadas ou fora da zona de risco previamente estabelecida.

Este não é o primeiro incidente envolvendo a Starship; a última falha no estágio superior ocorreu em março do ano passado, durante a reentrada na atmosfera sobre o Oceano Índico, sem afetar o tráfego aéreo. A explosão recente aconteceu em uma fase da missão que a SpaceX já havia completado com sucesso anteriormente.

O acidente ocorreu um dia após a Blue Origin, empresa espacial do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, ter lançado com êxito seu foguete New Glenn em órbita pela primeira vez.

Metas de Musk em risco

O estágio superior da Starship, que é 2 metros mais alto que as versões anteriores, foi descrito pela SpaceX como uma “nave de nova geração com atualizações significativas”. A expectativa era que a nave realizasse um pouso controlado no Oceano Índico cerca de uma hora após o lançamento.

O acidente coloca em risco a meta de Musk de realizar pelo menos 12 testes da Starship ainda este ano, dependendo da rapidez com que a SpaceX consiga implementar as correções necessárias e da investigação da FAA sobre o incidente.

Musk, que foi nomeado para liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump, tem criticado a FAA, acusando-a de exagerar e de tomar decisões motivadas politicamente. Em setembro, ele pediu a renúncia do chefe da FAA, Mike Whitaker, após a agência multar a SpaceX e atrasar um de seus lançamentos.

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