Ex-presidente lamenta proibição de participar da cerimônia em Washington e fala em perseguição política
18 de Janeiro de 2025 às 14h24

Bolsonaro se emociona ao levar Michelle ao aeroporto antes da posse de Trump

Ex-presidente lamenta proibição de participar da cerimônia em Washington e fala em perseguição política

O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou neste sábado, 18, sua esposa, Michelle Bolsonaro, ao Aeroporto de Brasília, onde ela embarcou para a cerimônia de posse de Donald Trump, marcada para segunda-feira, 20, em Washington. Impedido de viajar para os Estados Unidos por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro demonstrou emoção ao se despedir da esposa.

Durante a despedida, Bolsonaro expressou sua frustração, afirmando que “obviamente seria muito boa a minha ida lá” e que se sentia “chateado e abalado” pela situação. Ele ainda reiterou sua percepção de estar sendo alvo de uma “enorme perseguição política” por parte de Moraes, a quem se referiu como responsável por decidir sobre a vida de milhões de brasileiros.

“Essa pessoa decide a vida de milhões no Brasil, ele e mais ninguém. Ele é o dono do processo, é o dono de tudo”, declarou o ex-mandatário, visivelmente emocionado. A ex-primeira-dama, Michelle, também fez declarações, afirmando que os adversários de Bolsonaro têm “medinho” dele e que “Deus vai ter misericórdia da nossa nação”.

A decisão de Moraes de impedir a viagem de Bolsonaro foi baseada em preocupações sobre uma possível fuga do ex-presidente, que está com o passaporte apreendido desde fevereiro de 2024, devido a investigações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República também se manifestou contra o pedido de Bolsonaro, argumentando que ele não representa oficialmente o Brasil e que não há “interesse público” na sua viagem.

Bolsonaro classificou a decisão como uma “grave decepção” e afirmou ser vítima de “lawfare”, termo que se refere ao uso de processos judiciais para perseguir adversários políticos. Seus advogados já recorreram da decisão de Moraes, buscando reverter a proibição.

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Além de Trump, que é um aliado político de Bolsonaro, a posse contará com a presença de outros líderes de direita, como Javier Milei, da Argentina, e Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália. O ex-presidente brasileiro havia recebido um convite para a cerimônia, mas a autorização para viajar foi negada pelo STF.

Bolsonaro ainda comentou que esperava que Trump pudesse ajudá-lo a reverter sua inelegibilidade no Brasil, afirmando que a presença do líder norte-americano poderia influenciar positivamente sua situação política. “Com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas”, disse.

O ex-presidente também fez menção a uma conversa com seu filho, Eduardo Bolsonaro, que estará presente na posse em seu lugar. “Eu queria estar acompanhando a minha esposa. Quem vai estar acompanhando lá é o meu filho Eduardo”, afirmou.

A situação de Bolsonaro é complexa, já que ele enfrenta investigações e indiciamentos relacionados a suas ações durante o período em que esteve no poder. A decisão de Moraes, que foi criticada por Bolsonaro, é vista como parte de um contexto mais amplo de tensões políticas no Brasil.

O ex-presidente, que se considera um preso político, expressou preocupação com as implicações de sua situação e reiterou que não tem medo das acusações que enfrenta, mas lamenta não poder estar ao lado de sua esposa em um momento importante.

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