Paciente em surto psicótico é morto pela PM após fazer enfermeira refém em Goiás
Caso ocorreu no Hospital Municipal de Morrinhos. A PM alegou que o homem ofereceu risco à enfermeira, que foi ameaçada com vidro.
Um paciente de 59 anos foi morto pela Polícia Militar (PM) no Hospital Municipal de Morrinhos, em Goiás, após fazer uma enfermeira refém durante um surto psicótico. O incidente, que ocorreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição, foi registrado em vídeo que circula nas redes sociais, mostrando o homem, identificado como Luiz Cláudio Dias, ameaçando a profissional com um pedaço de vidro.
As imagens revelam o momento em que a enfermeira luta para se libertar do paciente, que a mantém sob ameaça. Após conseguir se desvencilhar, o homem tenta atacar novamente os presentes na sala, sendo então alvejado por um tiro no abdômen por um dos policiais que atenderam à ocorrência.
Segundo a PM, Luiz Cláudio resistiu à abordagem, o que levou à necessidade do disparo. A equipe médica do hospital prestou socorro imediato, mas o paciente não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. Não foram divulgadas informações sobre a condição que o levou à internação.
A corporação justificou a ação, afirmando que o disparo foi necessário para neutralizar a agressão e proteger a integridade física da enfermeira. “Diante do risco iminente à vítima, foi imprescindível a realização do disparo”, declarou a PM.
Um inquérito policial militar foi instaurado para investigar as circunstâncias do ocorrido. A família de Luiz Cláudio expressou sua solidariedade à enfermeira, mas criticou a postura da polícia e do hospital, chamando a situação de “violência brutal” e prometendo buscar justiça.
Em nota, a PM informou que os agentes tentaram negociar a liberação da enfermeira, mas o paciente manteve uma atitude agressiva, reiterando as ameaças. A família mencionou que Luiz Cláudio era um paciente renal crônico, diabético e debilitado por pneumonia, internado em estado de fragilidade.
Após o incidente, Luiz Henrique, filho de Luiz Cláudio, manifestou sua revolta nas redes sociais, ressaltando a fragilidade do pai e questionando a necessidade do uso da força letal. “A polícia matou meu pai dentro da UTI, um paciente com hipoglicemia, com menos de 60 kg”, afirmou.
A Prefeitura de Morrinhos lamentou o ocorrido e se comprometeu a oferecer acompanhamento psicológico e social tanto para a família quanto para a profissional de saúde envolvida. A administração municipal também destacou que a gestão da UTI é responsabilidade de uma empresa terceirizada, com contrato vigente até março de 2025.
O caso gerou repercussão nas redes sociais, levantando discussões sobre a segurança nas unidades de saúde e o manejo de situações de crise envolvendo pacientes em surto.
A PM confirmou que a ocorrência foi acompanhada por um delegado plantonista que conduzirá as investigações necessárias. A abertura de um procedimento administrativo também foi anunciada para apurar os fatos relacionados ao disparo e à morte do paciente.
Veja também: