Caso de crueldade animal gerou revolta e mobilizou ações para identificar os responsáveis pela agressão.
20 de Janeiro de 2025 às 17h03

Ibama investiga tortura e morte de onça-parda após vídeo viralizar nas redes sociais

Caso de crueldade animal gerou revolta e mobilizou ações para identificar os responsáveis pela agressão.

Um vídeo perturbador que mostra uma mulher torturando e matando uma onça-parda se espalhou rapidamente pelas redes sociais, provocando indignação entre os usuários. A cena é acompanhada por um homem e uma terceira pessoa, que registra a ação brutal.

O conteúdo chegou ao conhecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que está empenhado em identificar a agressora e os outros dois indivíduos envolvidos no ataque ao animal. O Instituto também investiga o local e o momento em que o crime ocorreu.

No vídeo, a mulher, armada com uma espingarda, atira em uma onça-parda que se encontrava em uma árvore. Após o tiro, o animal cai e é atacado por quatro cães que acompanhavam a atiradora, que tenta se defender, mas acaba sucumbindo à brutalidade.

Roberto Cabral, agente de fiscalização do Ibama, comentou sobre a situação: “A gente ficou sabendo do caso via internet e o primeiro passo é a identificação da pessoa. Vamos atrás para autuá-la e tomar as medidas necessárias.”

Dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) indicam que a onça-parda é uma espécie vulnerável, classificada como “quase ameaçada” no Brasil. A projeção de declínio populacional dessa espécie sugere um risco crescente de extinção.

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As análises iniciais do Ibama apontam que o incidente ocorreu em uma área de Caatinga, reconhecida por suas características vegetativas específicas.

As pessoas que participaram da tortura e assassinato da onça-parda podem ser responsabilizadas por maus-tratos, tanto ao animal quanto aos cães, com penas que variam de três meses a cinco anos. Além disso, podem ser acusadas pela morte da onça, com pena de seis meses a um ano, e multas que podem chegar a R$ 5.000 pelo assassinato do animal.

Cabral destacou a fragilidade da legislação atual que pune a morte de animais silvestres, o que, segundo ele, encoraja práticas cruéis. Ele observou que a pena por maus-tratos é mais severa para animais domésticos (de dois a cinco anos de reclusão) do que para animais silvestres (três meses a um ano).

“Onças são mortas no Brasil por esporte, retaliação quando predam criações e, eventualmente, por medo do animal”, acrescentou o agente de fiscalização do Ibama.

Em 2022, o deputado federal Ricardo Izar, do Republicanos-SP, apresentou um projeto de lei que visa aumentar a pena pela caça e morte de felinos brasileiros para três a cinco anos de reclusão. Contudo, o projeto permanece parado no legislativo, sem avanços significativos.

Na justificativa do projeto, Izar argumenta que a baixa pena prevista atualmente, de seis meses a um ano, caracteriza o crime como de menor potencial ofensivo e não tem sido suficiente para desestimular os criminosos que perpetraram massacres contra esses animais.

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