Indiciados por homicídio culposo após explosão de lancha em Cabo Frio que matou criança
Marinheiro e proprietário da embarcação foram indiciados após tragédia que deixou duas vítimas fatais em junho de 2024.
O dono e o marinheiro de uma lancha que explodiu nas proximidades da Ilha do Japonês, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio culposo. O trágico acidente ocorreu em junho de 2024 e resultou na morte de duas pessoas: Davi Freire Zerbone, de apenas 4 anos, e Aleksandro Leão Vieira, de 36 anos. Além das vítimas fatais, outras oito pessoas ficaram feridas e necessitaram de atendimento hospitalar.
A investigação, conduzida pela 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio, apontou que a explosão foi causada pela substituição inadequada da tampa do tanque de combustível e pelo abastecimento excessivo. Os indiciados responderão por dois homicídios culposos, cinco lesões corporais, incêndio e atentado à segurança marítima.
Após a tragédia, a Justiça determinou o congelamento dos bens dos indiciados para garantir que indenizações sejam pagas às vítimas. O bloqueio de R$ 450 mil em contas foi estabelecido para evitar que os envolvidos transferissem seus ativos para terceiros, dificultando o processo de reparação.
O acidente ocorreu no dia 17 de junho, quando a lancha transportava 11 pessoas, incluindo o marinheiro e dez turistas oriundos do Espírito Santo. Oito pessoas, entre elas uma criança de 1 ano e uma mulher grávida, foram hospitalizadas com ferimentos.
Esse incidente foi o terceiro em um período de 37 dias envolvendo lanchas na região. Em 10 de maio de 2024, outra explosão deixou seis pessoas feridas, incluindo três crianças, quando o motor da embarcação parou durante um passeio. Em 17 de maio, uma lancha também explodiu perto da Ilha do Papagaio, mas todos os ocupantes conseguiram escapar ao se jogarem no mar.
A explosão que resultou na morte de Davi Freire Zerbone foi particularmente devastadora, pois a criança sofreu queimaduras graves e ficou internada por quatro dias no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. Apesar dos esforços médicos, ele não resistiu às complicações e faleceu em 21 de junho, seguido pela morte de Aleksandro Leão Vieira dois dias depois, que também estava internado e apresentou uma piora significativa após uma cirurgia.
A tragédia gerou uma onda de preocupação em relação à segurança das embarcações na região, levando as autoridades a reavaliarem as normas de segurança e fiscalização das lanchas que operam na área. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que dará continuidade às investigações.
A situação destaca a necessidade de um rigoroso controle sobre a segurança das embarcações e a responsabilidade dos proprietários e operadores no transporte de passageiros, especialmente em áreas turísticas como Cabo Frio.
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