O humorista, réu por estelionato, obteve permissão para se mudar após ser preso em julho de 2024
22 de Janeiro de 2025 às 16h09

Justiça do Rio Grande do Sul autoriza Nego Di a residir em Santa Catarina

O humorista, réu por estelionato, obteve permissão para se mudar após ser preso em julho de 2024

A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu autorização ao humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, para residir em Santa Catarina. O influenciador, que é réu em um processo de estelionato, estava preso em Jurerê Internacional, Florianópolis, desde julho de 2024.

De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a decisão que permite a mudança de estado foi proferida em 19 de dezembro de 2024. A advogada de Nego Di, Camila Kersch, afirmou que o humorista já havia se mudado para Florianópolis antes de sua prisão e que agora comunicou ao juízo de Canoas, no Rio Grande do Sul, seu novo endereço, cumprindo assim a determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nego Di foi preso em julho de 2024, acusado de um esquema envolvendo a não entrega de produtos vendidos em uma loja virtual da qual era sócio. A investigação, conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP), revelou que aproximadamente 370 clientes teriam sofrido um prejuízo total de cerca de R$ 5 milhões.

Após mais de quatro meses detido, Nego Di foi solto em 27 de novembro de 2024, após a 5ª Turma do STJ decidir, por unanimidade, manter sua liberdade provisória. Os ministros analisaram um pedido de habeas corpus e concordaram com a decisão anterior do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que havia determinado a soltura do humorista.

Durante um interrogatório realizado em outubro, enquanto ainda estava preso na Penitenciária Estadual de Canoas, Nego Di atribuiu a responsabilidade pelo caso ao seu sócio, Anderson Boneti. Em seu depoimento, o humorista declarou: “Eu só quero pagar as pessoas e resolver a minha vida”.

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O MP, por sua vez, optou por não se manifestar sobre o processo em andamento. A defesa de Boneti, no entanto, contestou a tese de Nego Di, afirmando que a responsabilidade não poderia ser atribuída apenas a seu cliente, uma vez que as provas coletadas durante a instrução contradizem essa alegação.

Após a soltura, Nego Di foi submetido a uma série de medidas cautelares, que incluem a proibição de mudar de endereço sem autorização judicial, a obrigação de comparecer periodicamente em juízo e a restrição de uso das redes sociais. Além disso, o humorista teve que entregar seu passaporte às autoridades.

As primeiras horas de liberdade de Nego Di foram marcadas por uma confraternização com amigos e familiares, incluindo uma roda de samba e um churrasco, conforme registrado em publicações nas redes sociais de sua esposa, Gabriela Sousa. As advogadas do humorista também participaram da celebração.

Entretanto, o MP está analisando se Nego Di violou as condições de sua liberdade ao aparecer em postagens nas redes sociais, o que poderia resultar em uma advertência judicial. A Justiça já emitiu uma advertência ao influenciador por essa possível infração, e a advogada Tatiana Borsa, que estava à frente de sua defesa, foi demitida após a divulgação de uma foto com o cliente nas redes sociais.

A decisão da Justiça de permitir que Nego Di resida em Santa Catarina ocorre em um contexto de contínuas investigações sobre suas atividades e as alegações de estelionato e lavagem de dinheiro que o envolvem.

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