A Lei Laken Riley, que visa a detenção de imigrantes não autorizados, foi aprovada com 263 votos a favor e 156 contra.
22 de Janeiro de 2025 às 21h28

Câmara dos EUA aprova lei que permite a detenção de imigrantes acusados de crimes

A Lei Laken Riley, que visa a detenção de imigrantes não autorizados, foi aprovada com 263 votos a favor e 156 contra.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que exige a detenção de imigrantes não autorizados acusados de crimes, incluindo roubo e delitos violentos. A proposta, que se alinha aos planos do presidente Donald Trump para endurecer as políticas de imigração, foi aprovada com 263 votos a favor e 156 contra, refletindo um apoio considerável entre os legisladores.

Batizada de Lei Laken Riley, em homenagem a uma estudante de enfermagem da Geórgia assassinada no ano passado por um imigrante venezuelano, a legislação representa uma mudança significativa na abordagem do Congresso em relação à imigração. A aprovação da lei ocorre em um contexto de crescente polarização política, onde uma facção de democratas se uniu aos republicanos para garantir a vitória da proposta.

A senadora republicana Katie Britt, do Alabama, destacou a importância da legislação, afirmando que “durante décadas, foi quase impossível para nosso governo chegar a um acordo sobre soluções para os problemas em nossa fronteira e dentro do nosso país”. Ela descreveu a nova lei como “talvez a mais importante sobre imigração” a ser aprovada pelo Congresso em quase três décadas.

Embora a lei exija um aumento significativo nas capacidades do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), não está previsto um novo financiamento para suportar essa expansão. A medida é vista como um passo inicial para a implementação de políticas mais rígidas de deportação, que Trump prometeu durante sua campanha presidencial.

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“Não queremos que criminosos entrem no nosso país”, declarou Trump em um evento no Capitólio, reiterando seu compromisso em reverter as políticas de imigração mais brandas adotadas pelo ex-presidente Joe Biden. A nova legislação também permite que os estados contestem decisões federais relacionadas à imigração, o que pode levar a um aumento das disputas legais entre autoridades estaduais e federais.

Críticos da proposta alertam que a ampliação da lista de crimes que podem levar à deportação poderá resultar em abusos e na detenção de indivíduos inocentes. Além disso, eles argumentam que a lei pode privar os acusados de seu direito ao devido processo, um princípio fundamental da justiça.

Os desafios para a implementação da Lei Laken Riley são significativos. Para deportar milhões de imigrantes ou aplicar a nova legislação, o Congresso precisará destinar cerca de 100 bilhões de dólares, um debate que já está em andamento entre os republicanos. A estimativa é que o projeto custará aproximadamente 83 bilhões de dólares nos próximos três anos, conforme um memorando obtido por agências de notícias.

O Serviço de Controle de Imigração e Alfândega estima que será necessário quase triplicar a capacidade de detenção e realizar mais de 80 voos de deportação por semana para atender às exigências da nova lei. A senadora Patty Murray, principal democrata da Comissão de Apropriações Orçamentárias, criticou a proposta, afirmando que “isso é muito dinheiro para gastar em uma lei que vai causar caos, punir imigrantes legais e minar o devido processo nos Estados Unidos”.

Com a aprovação da Lei Laken Riley, o Congresso dos EUA dá um passo decisivo em direção a uma política de imigração mais rigorosa, refletindo as prioridades do atual governo e a crescente pressão por medidas de segurança nas fronteiras.

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